O mês de Fevereiro foi rico em excelentes filmes e eu tive oportunidade de ver alguns deles. Também acompanhei a cerimónia dos óscares e para o óscar de Melhor atriz, foram nomeadas estas actrizes:
Anne Hathaway (O Casamento de Rachel)
Angelina Jolie (A Troca)
Melissa Leo (Frozen River)
Meryl Streep (Dúvida)
Kate Winslet foi a merecida vencedora do óscar, no filme "O Leitor"
A história começa com Michael Berg (Ralph Fiennes) relembrando seu passado. O jovem Berg, interpretado por David Kross, envolve-se num relacionamento com uma mulher bem mais velha, Hanna (Kate Winslet), no final da década de 1950. Depois de uma intensa e peculiar relação sentimental, sexual e de leitura, Hanna desaparece misteriosamente. Oito anos depois, Berg é estudante de Direito e acompanha um julgamento de antigas guardas da SS (a polícia secreta do nazismo), acusadas de homicídio de 300 pessoas.
Para sua surpresa, Hanna é uma das acusadas.
O filme é marcado por três actos: romance, conflito e redenção, muito bem trabalhados pelo talentoso director Stephen Daldry, de "As Horas". Muitos elementos característicos do director estão na fita, como as relações com a arte de ler, a fotografia contrastante (claro e escuro no mesmo plano) nos lugares fechados e o estudo da alma humana em suas profundidades. A história original é de um livro, mas Daldry consegue colocar suas marcas ao fazer um filme, no mínimo, inquietante.
O romance entre os protagonistas é, do ponto de vista cinematográfico, muito sincero. Uma mulher e um garoto (o actor não é menor de idade) aparecem nus, juntos na cama. Essa sinceridade causa o primeiro impacto, já que estamos acostumados a assistir àquelas cenas, repletas de hipocrisia, nas quais a relação sexual é tratada de outra forma. Destaco a cena em que Berg janta com a família e se lembra de sua aventura, memorável! Sem falar da peculiaridade relacionada à leitura de livros…
Quando o filme avança no tempo e assistimos ao julgamento de Hanna, várias questões polémicas envolvendo Ética e Direito vêm à tona. Hanna enxerga tudo em termos absolutos, é próprio de autoritarismos enxergar o mundo por uma óptica de absolutos. Ela tinha ordens de seus comandantes e tinha que cumpri-las a qualquer custo, poderia ser julgada culpada por isso?
O filme é marcado por três actos: romance, conflito e redenção, muito bem trabalhados pelo talentoso director Stephen Daldry, de "As Horas". Muitos elementos característicos do director estão na fita, como as relações com a arte de ler, a fotografia contrastante (claro e escuro no mesmo plano) nos lugares fechados e o estudo da alma humana em suas profundidades. A história original é de um livro, mas Daldry consegue colocar suas marcas ao fazer um filme, no mínimo, inquietante.
O romance entre os protagonistas é, do ponto de vista cinematográfico, muito sincero. Uma mulher e um garoto (o actor não é menor de idade) aparecem nus, juntos na cama. Essa sinceridade causa o primeiro impacto, já que estamos acostumados a assistir àquelas cenas, repletas de hipocrisia, nas quais a relação sexual é tratada de outra forma. Destaco a cena em que Berg janta com a família e se lembra de sua aventura, memorável! Sem falar da peculiaridade relacionada à leitura de livros…
Quando o filme avança no tempo e assistimos ao julgamento de Hanna, várias questões polémicas envolvendo Ética e Direito vêm à tona. Hanna enxerga tudo em termos absolutos, é próprio de autoritarismos enxergar o mundo por uma óptica de absolutos. Ela tinha ordens de seus comandantes e tinha que cumpri-las a qualquer custo, poderia ser julgada culpada por isso?
Aliás, durante as décadas de 1930 e 1940, até o fim da Segunda Guerra, a sociedade alemã era conivente com o nazismo. O regime totalitário exercia repressão, mas não podia se sustentar sem apoio. A questão que se coloca é: poderia Hanna ser julgada por leis posteriores ao período em que trabalhou? Afinal, na sua época de "guarda", ela não cometeu crimes, mas ajudou o regime dominante. Ela só passaria a ser vista como um monstro depois de os Aliados vencerem a guerra e levaram a ideologia dos Direitos Humanos aos quatro cantos do mundo.
Conforme a história avança, as nossas opiniões vão sendo confrontadas. Hanna parece ser um monstro, mas a mulher tem outras nuances que desafiam nossa compreensão. Apesar de sua culpa, no final do filme, não poderemos negar a humanidade que existe dentro dela. E todas essas questões vêm envolvidas com o amor pela leitura e por um segredo de Hanna, crucial para algumas questões do filme.
Kate Winslet dá um show à parte, como já é característico de seus trabalhos. Sua expressão é poderosa, seus olhares são cortantes e sua presença em cena já se faz sentir lá dentro do peito. Seu trabalho é competente ao extremo.
Conforme a história avança, as nossas opiniões vão sendo confrontadas. Hanna parece ser um monstro, mas a mulher tem outras nuances que desafiam nossa compreensão. Apesar de sua culpa, no final do filme, não poderemos negar a humanidade que existe dentro dela. E todas essas questões vêm envolvidas com o amor pela leitura e por um segredo de Hanna, crucial para algumas questões do filme.
Kate Winslet dá um show à parte, como já é característico de seus trabalhos. Sua expressão é poderosa, seus olhares são cortantes e sua presença em cena já se faz sentir lá dentro do peito. Seu trabalho é competente ao extremo.
O Leitor poderia ter facilmente caído em moralismo, mas, graças ao livro original e ao roteiro e direcção do filme, consegue contar uma história sensível e cheia de nuances. Com indicações merecidas ao Oscar de 2009, este filme entra para a lista de grandes filmes.
Imagens de excelente beleza e sensualidade da actriz vencedora do óscar
10 comentários:
Título do filme em Portugal:
O Leitor
Título Original: The Reader
País de Origem: EUA / Alemanha
Gênero: Drama / Romance
Classificação etária: 16 anos
Tempo de Duração: 124 minutos
Ano de Lançamento: 2008
Estreia: 06/02/2009
Site Oficial: http//www.thereader-movie.com
Estúdio/Distrib.: Imagem Filmes
Direção: Stephen Daldry
Ralph Fiennes ... Michael Berg
David Kross ... Michael Berg
Kate Winslet ... Hanna Schmitz
e ao vê-la recordo sempre a eterna realidade do titanic...
bom fim de semana
beijinhos
Estou muito interessada em assistir. Aqui já está passando só falta eu ir.
abraços
E há um português no assunto :)
Um beijo
Daniel
Oh, Fabulosa Amiga:
Um enredo perfeito concebido pelo seu génio de cinéfila assumida.
Dava uma preciosa comentarista de cinema.
Perfeito!
Gostei muito.
"Dica" admirável que seguirei à risca.
Beijinhos de imenso respeito e estima.
Com admiração.
pena
OBRIGADO pela simpatia no meu blog.
Parabéns pelo post, linda!
Eu também aprecio cinema, sabes?
Esse argumento de se estar cumprindo ordens, a mim não me convence. Embora toda a gente que trabalha tenha que fazer, obviamente, coisas com que não concorda.
Um abraço.
Querida amiga
Ainda não vi este filme. Mas pela discrição que fazes, deve ser formidável!
Um excelente tópico cinematográfico.
Beijinhos
Mário
Vi este filme e concordo com tudo o que dizes: Kate Winslet com a sua interpretação, enriquece a personagem de Hanna Schmitz.
Bela postagem!!!
Beijinho p ti:)
Fico sempre com vontade de ver os filmes de que falas.
Um beijo, amiga.
Estou outra vez atafulhado de papéis e trabalho, mas anotei a ficha técnica, e conheço bem os dois artistas principais.
Bom fim-de-semana
Abraço do Zé
Enviar um comentário