26/10/09

FARÓIS (poesia)

Tenho um fascínio por FARÓIS...não sei se é por ter nascido numa maravilhosa cidade à beira-mar e tinha um belo farol...
Encontrei esta imagem na net e fiquei fascinada, daí que a publique juntamente com uma linda poesia sobre faróis.
No entanto prometo que em breve vos mostrarei todas as minhas fotos de faróis, só se não puder é que não os capto para meu grande prazer.


Faróis

Faróis distantes,
De luz subitamente tão acesa,
De noite e ausência tão rapidamente volvida,
Na noite, no convés, que conseqüências aflitas!
Mágoa última dos despedidos,
Ficção de pensar ...
Faróis distantes...
Incerteza da vida...
Voltou crescendo a luz acesa avançadamente,
No acaso do olhar perdido...
Faróis distantes...
A vida de nada serve...
Pensar na vida de nada serve...
Pensar de pensar na vida de nada serve...
Vamos para longe e a luz que vem grande vem menos grande.
Faróis distantes ...

19/10/09

A CRUZ NA ESTRADA (Poesia)

Hoje vou dar início a uma nova série de posts, onde vou conjugar uma POESIA com fotos minhas. Tenho centenas de fotos captadas só este ano de 2009, como não sei onde as introduzir e como gosto muito de poesia, procurarei um poema com uma palavra que existe na minha imagem.
Espero que apreciem esta minha ideia.



A Cruz na Estrada
Caminheiro que passas pela estrada,
Seguindo pelo rumo do sertão,
Quando vires a cruz abandonada,
Deixa-a em paz dormir na solidão.
Que vale o ramo do alecrim cheiroso
Que lhe atiras nos braços ao passar?
Vais espantar o bando buliçoso
Das borboletas, que lá vão pousar.
É de um escravo humilde sepultura,
Foi-lhe a vida o velar de insônia atroz.
Deixa-o dormir no leito de verdura,
Que o Senhor dentre as selvas lhe compôs.
Não precisa de ti. O gaturamo
Geme, por ele, à tarde, no sertão.
E a juriti, do taquaral no ramo,
Povoa, soluçando, a solidão.
Dentre os braços da cruz, a parasita,
Num braço de flores, se prendeu.
Chora orvalhos a grama, que palpita;
Lhe acende o vaga-lume o facho seu.
Quando, à noite, o silêncio habita as matas,
A sepultura fala a sós com Deus.
Prende-se a voz na boca das cascatas,
E as asas de ouro aos astros lá nos céus.
Caminheiro! do escravo desgraçado
O sono agora mesmo começou!
Não lhe toques no leito de noivado,
Há pouco a liberdade o desposou.
(Castro Alves)

14/10/09

MARIDO POR ACIDENTE


Quando me sentei na sala de cinema, estava longe de imaginar que iria ver a apresentação de 2 filmes musicais – “Fama” e “This is it”. Adorei!!!
Fantásticos momentos com muito ritmo, como não podia deixar de ser.
Fui a conselho de uma amiga, que me disse ser um filme indicado para dar umas boas gargalhadas, pois é de “rir” que nós precisamos. Uma comédia romântica.
Não era bem este o filme que tinha na ideia ver, há uma lista de quatro à frente deste, mas tive que me sujeitar aos horários e ao local e, por isso, lá fui ver “Marido por acidente”.


Gosto de ver trabalhar Uma Thurman, voltei a ver Isabella Rossellini num papel secundário como tinha visto há pouco tempo, também num outro filme.
A novidade neste filme foi reparar que “Bollywood” veio para ficar, desde o êxito de “Slumdog Millionaire”, pois no filme há uma cena longa de uma festa indiana e durante o filme pude ouvir 6 canções indianas, no género das que tocavam em “Caminhos da Índia”.
Emma Lloyd (Uma Thurman) é uma especialista em matérias do amor num programa de rádio de muito sucesso cujos conselhos têm um peso efectivo nas vidas dos seus ouvintes. Um dia, recebe uma chamada de Sofia (Justina Machado), uma jovem que se lastima da sua relação amorosa e que é então aconselhada por Emma a terminar o seu noivado e seguir em frente com a sua vida. Mas Patrick (Jeffrey Dean Morgan), o ex-namorado de Sofia, não se conforma e decide vingar-se da mulher da rádio que, segundo ele, é única responsável pelo sucedido. Então, com a ajuda de um amigo perito em computadores, muda os dados sobre o estado civil de Emma no registo central. E quando esta decide casar com Richard (Colin Firth) e fazer a festa dos seus sonhos, descobre que afinal já é casada... com Patrick!

Oops. Será que alguém se pode esquecer acidentalmente que já tem um marido? Pelo menos nunca a Dra. Emma Lloyd, também conhecida como “A Médica do Amor”. Mas quando Emma receita sem pensar alguma da sua “canja para o coração” através das ondas da rádio, e uma fiel ouvinte segue os seus conselhos, a vida amorosa do bombeiro Patrick Sullivan (Jeffrey Dean Morgan) extingue-se subitamente. Agora, Patrick quer vingar-se, e depois de ler no jornal a notícia do iminente casamento da boa doutora, descobre a maneira perfeita de o fazer: basta uma apresentadora que sabe tudo, um furioso bombeiro nova-iorquino, um ás dos computadores capaz de entrar no sistema da Câmara, e já está! Emma não pode casar, porque já tem marido… precisamente Patrick! Recheado de muita paixão e imensas faíscas, MARIDO POR ACIDENTE prova que um louco e ardente amor pode deitar por terra um parceiro fiel mas tolo, num simples minuto nova-iorquino. Uma divertida comédia romântica que é uma sentida carta de amor a Manhattan e um tributo ao romance, onde quer que apareça!
(parte do texto e imagens retiradas da net)

10/10/09

HOMENAGEM À TÂNIA

Tânia
Faz hoje 1 ano que passei ao teu lado o último aniversário em vida. Sempre andamos juntas em momentos que dedicamos à cultura e ao lazer, éramos as únicas da família que tínhamos gostos idênticos. Acompanhaste-me a exposições, lançamentos de livros, cinema; eu acompanhei-te a feiras de artesanato, feiras de produtos naturais e biológicos, de alimentação saudável, de animais, de medicinas orientais, enfim…
Passaste-me o bichinho da blogosfera, porque sempre tive o gosto de escrever e tu apreciavas a minha escrita e incentivaste-me a criar um espaço onde pudesse pôr em prática aquilo que sei fazer, como escrever quando estou inspirada, fotografar…viajar pelo Mundo e passar os meus conhecimentos e vivências aos outros.
Por isso, em Agosto/2008 vi, pela 1ª vez, trabalhos meus de poesia publicados num livro e, faz hoje 1 ano, no dia do teu aniversário (26 anos) oferecei-te esse mesmo livro, para sentires que quando se quer, vamos à luta até conseguir concretizar os nossos sonhos. Foi isso que fiz, sem ajudas de ninguém, mas tudo partilhava contigo. Quando recebeste o livro vi um brilho nos teus olhos, jamais esquecerei esse “momento”.

Embora te apoiasse sempre, não me senti atraída para me inscrever no BookCrossing, pois obrigava-me a arranjar tempo para ler muitos livros e passá-los de seguida a outros bookcrossers e isso não me era possível fazer. Mas, sabia dos teus encontros, uma ou outra vez fui ver-te, lembro-me de um encontro na praia do Rosário, aqui bem perto de nossas casas e lembro-me de te ver sorrir. Eras super-feliz nesses “momentos”.
Através de centenas de manifestações lidas e ouvidas na tua partida, vi e senti quão importante foi a maneira como tocaste os corações de todos, os que viviam ao teu lado, os que te conheciam pessoalmente, os que apenas te conheciam de forma virtual, enfim…mesmo de outros países e outras culturas.
Li muitos recados deixados na blogosfera, houve um que me tocou de forma mais intensa e que aqui reproduzo: …”Quando soube a opinião do neurologista sobre o grau de coma dela e a extensão das lesões deixadas pelo AVC, passei uma madrugada a investigar informação sobre isso na internet. E o que aprendi nessa madrugada, deixou-me uma sensação muito forte de que a Tânia não ia querer acordar do coma para viver aprisionada num corpo que (quase) nada conseguiria fazer autonomamente - e sem sequer conseguir comunicar com o mundo, algo que ela fazia com tanta mestria!...”
Minha querida, um “grande amigo” recente, também da blogosfera, mas já real, em Abril passado, já depois da tua partida para sempre da minha vida, fez o percurso “Caminhos de Santiago” (não te conheceu pessoalmente, conheceu-te através de mim, do meu sofrimento, da partilha de emoções) e, juntamente com os seus companheiros de caminhada rezaram por ti e fizeram uma oferta pela tua alma, deixando no local um símbolo e umas florzinhas do campo.
LINDO, não é? Aqui estão duas imagens desse “momento”.
Lágrimas nos olhos, dor no coração, alma negra é a minha imagem sempre que a revolta me atormenta pela tua ausência física, no entanto, admito: como é incrível o poder das palavras, da partilha, da Amizade verdadeira, do pensamento, da força, da vontade!
Que a tua alma descanse em Paz.

05/10/09

AGRADECIMENTO

A Índia é um país fascinante que precisa de algum tempo de descoberta e representa uma imperdível e intensa viagem de sensações e emoções.
Eu sei que a análise que faço após a minha 1ª viagem à Índia é completamente positiva e com vontade de regressar para conhecer zonas menos turísticas, aldeias, praias, campo, montanha, etc.
Em Novembro de 2008 parti cheia de vontade de me deixar levar pela aventura, sem qualquer ideia preconcebida feita; no meu ponto de vista acho um erro, quando vamos conhecer algo pela 1ª vez, levar já ideias negativas e algumas positivas. Por isso vou de alma e coração completamente virgens de ideias e à espera de me surpreender com o que vou encontrar.
Após a chegada, a realidade impõe-se colorida, vibrante, ruidosa. Uma primeira impressão permanece, transformando-se em certeza: este povo sabe o que é essencial. Este povo sabe conduzir(-se) no caos do trânsito e no caos da vida.

No dia-a-dia ia encontrando crianças, vi-as à saída das escolas e a visitar museus e palácios, fortes e espaços também frequentados por turistas, em bandos ruidosos iguais em todo o mundo. Velhos, vi poucos. Captei imagens de alguns, que acho de uma ternura imensa, pela serenidade que a sua postura nos transmite.
Jovens vi muitos, bem como pessoas em idade activa, todos nas suas rotinas diárias, sem contudo perderem o ar sereno de quem está bem com a vida. Fazem de tudo: vendem, transportam, cozinham, compram, divertem-se, descansam, rezam. Esta gente fervilha. Sempre tranquilamente.
No meu coração trouxe os seus sorrisos, que trocamos generosamente.
Além das belas imagens que fui captando ao longo dos 11 dias fascinantes que por lá andei. Imagens essas que adoraria “partilhar” com todos aqueles que, quem sabe, estejam interessados em ver um outro povo, uma cultura diferente. No entanto, sinto uma dor e uma tristeza profundas, por esta minha intenção de “partilhar” estar a ser incompreendida por aqueles com quem privo na vida familiar, na vida real bem como na blogosfera.

Tinha que fazer uma análise a esta exposição que terminou dia 2 de Outubro. O resultado é muito positivo pois conheci pessoas da blogosfera com um coração de ouro, mais uma vez a convivência virtual passou a real e com óptimos resultados. Neste ponto refiro-me a 2 homens do Norte, eles sabem quem são, um ajudou-me imenso no dia da montagem da exposição, foi incansável e o outro apareceu de surpresa no dia que fui desmontar, cheio de vontade de ajudar e levou consigo a sua simpática e doce esposa. A todos o meu “Muito obrigado”.
Quero também agradecer às pessoas que tiveram a amabilidade de estar presentes no dia da inauguração, dando-me força e apoio num “momento” muito importante da minha vida.
Outro agradecimento a todos que foram ver a exposição durante as duas semanas que esteve aberta ao público e às simpáticas e generosas palavras que deixaram escritas no “Livro” sobre aquilo que viram.
Foi uma agradável surpresa para mim, ler palavras deixadas por pessoas de quem considero as suas opiniões e encontrar por várias vezes a expressão “excelente exposição”.




Pedi que fossem rigorosos com os pareceres, pois quero “aprender” com as críticas construtivas que vou recebendo ao longo deste meu percurso, para poder melhorar o meu desempenho, mas sinceramente não li nada nesse sentido.
Não há bela sem senão…e,
o lado mais negativo desta minha experiência foram quase 100 convites que fiz a nível da blogosfera e, poucas respostas recebi, nenhuma afluência da parte dessas pessoas, bem como alguns familiares meus que mesmo vivendo perto não se deslocaram para ver e opinar.
Modéstia à parte, e dirigindo-me aos ausentes, garanto-vos que quem perdeu foram vocês.
A todos que durante este tempo vieram incentivar aqui nos meus blogues, com palavras de apreço a minha iniciativa, o meu “Muito obrigado”.
(3 fotos no dia da inauguração)