27/06/08

Apeteceu-me...

Apeteceu-me...
relembrar outros tempos, outros lugares - Matacuane, porque ao fim de algumas décadas voltei a estar com o Mia Couto.
Nascidos (no mesmo ano) e criados na cidade da Beira, juntos na mesma rua, vizinhos de brincadeiras, na nossa terra - Moçambique.
Para ti, esta linda flor eu ofereço, Mia.
Como foi bom o reencontro!!!


A BEIRA

MINHA ÁGUA NATAL

Me recordo da minha cidadezinha como um lugar de infância chapinhada, um lugar onde o próprio tempo transpirava.
O mar não nos tocava apenas como margem do nosso pequeno mundo.
O mar vinha de baixo, fluía entre os poros da terra, como um suor imenso.
E tanto éramos feitos de líquido que ainda hoje eu creio não ter terra-natal.
A Beira é minha água-natal.
E cada casa era como asa tombada no pântano, se afundando ao peso de sua
própria ousadia de existir. Ser obra de gente ali onde tudo se afunda, é produto de esforço, vitória do homem sobre os regimes do mundo.
Em volta tudo nos lembrava que a cidade não era natural do lugar. Os imensos
arrozais, em redor, vincavam a solidão da urbe. De tanto viver nessa liquidez nunca cuidei de aprender a nadar. Era como se fosse habilidade que deveria aflorar em mim como cauda de girino. E é como se me faltasse hoje competência para navegar entre lembranças desenhadas a linhas de água.
Na minha cidade a gente pisava o chão e não sentia estremecimento de macho. Por baixo do passo não havia senão o breve arrepio, o frágil suspiro.
Porque, de tenra e deitada, a terra semelhava estar nua.
Assim, despida, era mulher que se afeiçoava não apenas ao corpo mas a toda a nossa vida.
Trago a minha cidade como uma lágrima, uma sobra de mar espreitando a janela da saudade.
MIA COUTO

23/06/08

Quem vem comigo? Eu quero ir...


Rsrsrsrssssssssss...já perdi vários espectáculos de Joaquin Cortés, por não ter companhia para ir ao Coliseu.
Agora, vem cá RAFAEL AMARGO e, eu quero ir...quem vem comigo?
27 de Junho – 22h00 (abertura de portas às 21h00 )
O 'Enfant Terrible' do flamenco espanhol a caminho de Portugal
O jornal espanhol El Mundo diz dele que é «um tesouro nacional».
Rafael Amargo é famoso como coreógrafo e bailarino de flamenco, multi-premiado em Espanha e no estrangeiro, e também muito atraente para as revistas cor-de-rosa. É o 'enfant terrible' porque fala com o mesmo coração e impulso com que se expressa em palco e transforma em espectáculo. O que cria são obras irreverentes e contemporâneas, mas fundadas na tradição do flamenco. A reacção nunca é de indiferença: entusiasma uns e choca outros.
Afinal, estrela dos media e dos palcos, muitas vezes comparado a Joaquín Cortés, a ele se atribui a chegada do flamenco ao século XXI.
Aos 32 anos (nascido em 1975, em Granada), Rafael Amargo divide-se entre Madrid, Los Angeles e Marrocos, onde tem casa.
Mas se em Los Angeles está ocupado como actor, num filme que conta a história de Salvador Dalí (no qual ele interpreta o papel do jovem Dalí), e se em Espanha continua a dar espectáculos com a sua companhia, teve ainda de arranjar tempo para coreografar o novo musical «Zorro», inspirado na obra homónima de Isabel Allende (que participa na equipa criativa como produtora), a estrear brevemente no West End, de Londres.
Esta é uma grande produção, que conta com música original dos Gipsy Kings, e direcção de Chris Renshaw (conhecido, por exemplo, por ser director do musical «We Will Rock You», sobre a banda The Queen, entre outros). Em «DQ... Pasajero en Tránsito», Rafael Amargo criou um Dom Quixote onde a dança, contemporânea e flamenco, se cruza com as novas tecnologias, numa colaboração com os estrondosos Fura dels Baus. Mas a fusão de distintas linguagens de dança não tem limites para ele. Em «Enramblao» há flamenco... mas também breakdance, dança contemporânea ou tap dance, entre outras... O choque, agora, é mesmo quando Rafael Amargo decide regressar à pureza da tradição. E é o que ele faz no seu mais recente espectáculo, «Tiempo Muerto», em que regressa à essência e à paixão do flamenco.
É com este espectáculo que Portugal vai conhecer pela primeira vez esta jovem figura emblemática de Espanha que, soma a tudo isto, uma admiração por Portugal e Lisboa e o desejo, a cumprir, de dançar flamenco ao som de fado.
Cadeiras de Orquestra - 40€
1ª Plateia - 35€




01 de Julho – 21h30 (abertura de portas às 20h30 )
É PARA DANÇAR ATÉ AO FINAL DA FESTA!!!!!!!!
Um concerto imperdível para quem gosta da crème de la crème do rock brasileiro.
O novo show de Rita Lee, PICNIC, chega a Portugal, depois de encantar cariocas, mineiros, brasilienses, paranaenses e paulistas.
RITA LEE traz sucessos de todas as fases de sua carreira e que têm lugar cativo no gosto do público. Além dos hits (Lança perfume, Flagra, Ovelha Negra, Jardins da Babilonia, entre outros), ela apresentará músicas que há bastante tempo não canta ao vivo e também duas inéditas.
Aguardem um espetáculo, ao mesmo tempo, vigoroso e romântico, dançante e inesquecível!
Na linha de frente, Rita vem acompanhada das guitarras e vocais de Roberto de Carvalho e seu filho Beto Lee. Brenno Giuliano, no baixo - Edu Salvitti, na bateria – Allex Bessa, nos teclados - Débora Reis e Rita Kfouri, duas extraordinárias vozes nos vocais. A direção musical é de Roberto de Carvalho.
“Não tirem suas crianças da frente porque a Caravana Rolidey vai invadir o pedaço num alto e bom som, com muito blush e batom, canhões de luz, camisetas de Che Guevara e Jesus, neste circo patafísico capaz de remover montanhas e modificar o curso dos rios. Hoje é dia de rock e não viemos aqui a passeio. Sim, somos esquisitões mesmo, mas queremos apenas te seqüestrar dessa vidinha besta e por algumas horas oferecer um Olimpo de calmaria no meio de tantos tsunamis ideológicos. Ir pra estrada é coisa pra cigano nenhum botar defeito....” *
Eis a trupe de Rita Lee chegando em mais uma cidade, num dia qualquer pra fazer um dos milhares de shows que encantaram o Brasil e o mundo nos últimos 40 anos.
Rita, ao lado do parceiro Roberto de Carvalho, celebra os 40 anos de uma carreira surpreendente, e segue firme.
33,50€ - Plateia / Geral / Galeria em Pé

20/06/08

Sugestões

Andava eu a planear ir passar 3 ou 4 dias à Figueira da Foz, quando me apercebi hoje que começam por lá as festas da cidade, e...confusão, eu digo:
Não obrigado!
Vou guardar essas ideias minhas para depois do Verão e da confusão.
Mas, deixo aqui a sugestão para quem gosta, claro.
FIGUEIRA DA FOZ
Festas da Cidade / S. João 2008
As Festas da Cidade / S. João 2008 decorrem desde 13 de Junho até 6 de Julho, em vários locais da Figueira da Foz.
Inserida no evento Figueira Gastronómica, a Festa da Sardinha 2008 estará presente em 34 Restaurantes do Concelho, que vão promover a ementa mais tradicional da Figueira da Foz: sardinhas assadas, caldo verde, broa de Brenha e as famosas Brisas da Figueira.
O S. João 2008 inclui o tradicional desfile das Marchas Populares, na Avenida 25 de Abril, dia 23 de Junho, pelas 22h00, com a presença de 6 marchas a concurso, 1 extra-concurso, e ainda a Imperial Neptuna Académica.
No dia 24 de Junho, pelas 22h00, no Coliseu Figueirense, terá lugar o Desfile Final das Marchas Populares. A noite prolonga-se em vários pontos da cidade, com os animados arraiais populares.
Cerca das 5h00, na Praia da Figueira, terá lugar o tradicional concurso do Banho Santo.
No dia 24 de Junho, pelas 16h00, na Igreja Matriz, terá lugar a Missa Solene de S. João, e na Praça da Europa, pelas 17h00, terá início a Procissão e Bênção do Mar. Finalmente, de 26 de Junho a 6 de Julho, das 19h00 às 02h00, decorrerá, na Praça da Europa, a Feira das Freguesias. Nesta mostra gastronómica, animada por grupos populares, saboreiam-se os pratos típicos de cada uma das 18 freguesias do concelho, como as enguias fritas, a feijoada de búzios, as pataniscas de bacalhau, o chouriço assado de Quiaios, as papas de moado, o arroz doce, a broa doce e as brisas.
GRÂNDOLA
Rota das Tabernas
O concelho de Grândola convida todos os visitantes, durante este mês, a seguirem a Rota das Tabernas e deixarem-se levar pelos sabores dos melhores petiscos do Alentejo.
Em cinco tabernas do concelho de Grândola poderá deliciar-se com “Açorda de Cachola”, “Sopa de Feijão com Abóbora”, os tradicionais “Miolos com Carne de Vinha d’álhos” ou ainda o famoso “Frango em Molho”, entre tantos outros pratos típicos da cozinha alentejana.
Locais privilegiados de encontro e palcos de importantes manifestações de cultura popular, as tabernas foram desaparecendo, levando consigo os hábitos e histórias de uma terra. Recuperar e revitalizar estes “locais de culto”, é o grande objectivo da Câmara Municipal com esta iniciativa, que já vai na 14ª edição.
Paralelamente aos petiscos, as tabernas que integram esta rota oferecem um “menu cultural” a partir das 20h00, com poetas populares, cante alentejano, fado e música popular.
No dia 21 de Junho, todos os caminhos vão dar à Taberna Verga a Mola, em Brejinho d’ Água, Melides (Tel. 269 440 115), para provar o Caldo verde, o Polvo guisado e a Galinha com massa.
A 27 de Junho muda a rota para a Taberna das Sobreiras Altas, em Melides, (Tel. 269 442 851), onde se servirá “Jaquinzinhos” fritos, Salada de polvo, Sopa de feijão com abóbora e Fritada de carne com batatas de rebolão.
No dia seguinte ruma-se à Taberna “O Justense”, na Aldeia da Justa, Grândola (Tel. 269 442 912/963 424 294), para saborear a Orelha de porco de coentrada, as Moelas, o Choco em molho de tomate e a Lebre com feijão e repolho lombardo.

DIVIRTAM-SE...

14/06/08

Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE)

(imagem do Hotel Sesimbra Hotel e SPA (Sesimbra)

A Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE) divulga hoje a lista de empreendimentos turísticos galardoados com “Diploma Chave Verde”, que serão atribuídos numa cerimónia que irá ter lugar no próximo dia 26 de Junho, na sede da AHP – Associação dos Hotéis de Portugal, em Lisboa.
A “Chave Verde” é um programa de educação ambiental que, pondo em prática novas formas de encarar a gestão e utilização de estabelecimentos turísticos, desenvolve o conceito de turismo sustentável, procurando dessa forma contribuir para uma nova consciência individual e colectiva virada para o desenvolvimento sustentável.
A atribuição deste galardão é feita pela Comissão Nacional Chave Verde, composta pela ABAE e por outras entidades ligados aos sectores do turismo e ambiente, onde se incluem o Turismo de Portugal, a AHP e a APAVT.
Em 2008, os 21 empreendimentos que irão receber o prémio são:
Casa Melo Alvim (Viana do Castelo);
Moinhos da Tia Antoninha (Moimenta da Beira);
Casa das Pipas, Celeiros do Douro (Sabrosa);
Hotel Eurosol Estarreja (Estarreja);
Hotel Eurosol Seia Camelo (Seia);
Hotel Eurosol Gouveia (Gouveia);
Hotel Eurosol Residence (Leiria);
Hotel Eurosol Leiria (Leiria);
Casa das Lapas (Seia);
Hotel Eurosol Alcanena (Alcanena);
Hotel Sesimbra Hotel e SPA (Sesimbra);
Quinta do Barrieiro (Marvão);
Quinta da Dourada (Portalegre);
Albergaria o Poejo, Boutique Hotel (Marvão);
Quinta do Martelo, Angra do Heroísmo (Terceira);
Casa da Torre, Lajes do Pico (Pico);
Casas d’Arramada, Horta (Faial);
Quinta das Buganvílias, Horta (Faial);
A Abegoaria, São Roque do Pico (Pico);
Casa da Fonte do Rego – Capelo (Faial);
e Solar da Bica, São Vicente (Madeira).


Situado junto à vila de Leomil.
Trata-se de um conjunto de moinhos recuperados que desponibilzam um total de oito quartos, que vão manter os nomes antigos: "quarto das filhas", "quarto do forno" ou "curral do gado", "loja da burra" e "loja das alfaias e das ferramentas agrícolas", etc. Para além do alojamento, organiza-se também passeios à zona envolvente e ao património histórico de Tarouca; a visita às gravuras do Coa e ao Douro. Os hóspedes poderão participar na moagem do cereal e cozedura do pão no forno local.
Os Moinhos da Tia Antoninha, são auto-suficientes energéticamente, sendo a devido ao sistema híbrido (solar e hídrico). Em plenas terras de Riba-Douro, aqui é possível reviver o passado Beirão, com o aconchego que o conforto do presente proporciona.
Onde a vida se sente passar, envolta em ambiente de singular rusticidade, os “Moinhos da Tia Antoninha”, localizados em plena “Região de Turismo do Douro Sul”, enriquecem através duma reconstrução minimalista mas perfeitamente enquadrada no carácter particular do sítio e potenciadora do magnífico enquadramento paisagístico que dispõe, o Turismo desta região.
O Empreendimento disponibiliza 3 quartos duplos e 3 de casal e um apartamento, todos com casa de banho privativa e banheira, aquecimento central, TV cabo, telefone e acesso à Internet. As áreas comuns compreendem uma sala de refeições e de estar com lareira, equipamento de som, Moinho Tradicional, cozinha que pode ser utilizada a pedido, Forno Tradicional e Cozinha Típica.
No espaço envolvente do empreendimento, possui ainda para serventia dos seus hóspedes, uma praia fluvial (altura máxima de 1,70m) de água corrente do ribeiro, um grelhador para confecção e a refeição ao ar livre em mesas de granito e canis para os cães que acompanhem os hóspedes.

Uma bela sugestão para os dias que se aproximam, de Verão solarengo.

07/06/08

SILK (SEDA)


Baseado no romance best-seller de Alessandro Baricco, Silk é um comovente drama, tecido com um material de etérea fragilidade.
Dirigido pelo aclamado realizador François Girard (O Violino Vermelho) Silk é interpretado por Michael Pitt (Last Days, A Vila), Keira Knightley (Piratas das Caraíbas, Orgulho & Preconceito), Alfred Molina (Homem-Aranha 2, Frida) e Koji Yakusho (Babel, Memórias de uma Geisha).
O duro comerciante francês Baldabiou (Molina) segura entre os seus dedos um véu tecido de fios de seda japoneses. É como se pegasse… em nada.
“Sabe o que é isto?” pergunta Baldabiou ao Mayor de Lavilledieu.
“Coisa de mulheres,” responde o Mayor.
“Errado,” diz-lhe o comerciante. “É dinheiro. Coisa de homens!”
(diálogos do filme)
Ovos de bichos-da-seda. Na palma de uma mão podem ter-se milhares. Quando uma epidemia que devastou as criações de ovos em toda a Europa se espalhou por África e pela Índia, todo o comércio da seda na Europa ficou ameaçado.
Para continuar o seu lucrativo negócio, Baldabiou decide enviar o jovem official do exército Herve Joncour (Pitt) numa perigosa missão ao Japão, separando-o durante vários meses de Helene (Knightley), a sua adorada e devota esposa. O território que produzira a mais fina seda do mundo durante milhares de anos, antes da abertura do Canal do Suez, o Japão era até aí interdito a estrangeiros.
De forma a alcançar esta misteriosa terra, Herve viaja através da Europa, primeiro de comboio, de Viena, passando pela Morávia, até chegar a Kiev. Aí, contrata uma caravana para atravessar as estepes russas, 5.000 quilómetros de gelo e tempestades. Finalmente, embarca a bordo de um navio de contrabandistas. Secretamente, é transportado do porto de Yamagata até ao interior da ilha, sendo levado, de olhos vendados, até uma aldeia coberta de neve e construída de palha, madeira e bambu, perdida no meio das Montanhas Fukushima.
É aí que Herve conhece o poderoso e temido senhor local, Hara Jubei (Yakusho), com quem terá de negociar os preciosos ovos. E é aí, num mundo diferente de qualquer um que Herve jamais conhecera, que fica seduzido pela concubina de Hara, uma misteriosa jovem de beleza embriagante. Sem perceberem uma palavra um do outro, estes dois seres partilham um amor obsessivo e fatídico. . .
Silk é um filme de enorme beleza visual e que nos fala de um romance arrebatador. Um épico histórico e dramático, onde o Ocidente se encontra com o Oriente.
Uma realização de François Girard.
Com Michael Pitt, Keira Knightley, Alfred Molina e Koji Yakusho.



Acho que é um filme de muita liberdade e descoberta humana, familiar. Um filme para mim, para ser interessante, tem de haver um encontro humano. Fico impressionada com a força dos conflitos humanos e de gerações. O passado, o presente que tenta fazer coisas novas, mas com a ideia de que há também uma ligação com o futuro.
Vi nessa viagem a existência de um drama humano, uma ideia humana. Não são ideias abstractas, mas a realidade.
Filme de enorme beleza pictórica.