28/11/10

A REDE SOCIAL - FILME




Fui ver este filme um pouco ao engano; imaginava que seria um filme baseado na actualidade do FACEBOOK, mas...nada disso.

O filme de David Fincher não é tanto um filme moderno sobre o Facebook como um filme clássico sobre o poder.
Independentemente de tudo o que possam ter lido, ouvido ou mesmo antecipado sobre "A Rede Social", este não é um filme sobre o Facebook.
Nem sobre a internet, sobre a tecnologia, sobre o modo como ela nos mudou a vida (mesmo que isso esteja lá, nas entrelinhas).
"A Rede Social" é um filme sobre um assunto muito menos tópico e muito mais clássico do que parece: o poder e a ambição - e nesse aspecto tanto podia ser sobre o Facebook como sobre o Google, a Starbucks ou o BCP. Nesse aspecto, aliás, é também um filme que remete para uma Hollywood clássica que já não faz filmes sobre as lutas do poder corporativo há uns largos anitos por não serem suficientemente emocionantes para a audiência de adolescentes que a mantém viva.
"A Rede Social" é, paradoxalmente, um filme sobre a adolescência. Ou, melhor, sobre o modo como a transportamos connosco para a idade adulta, e como ela fica menos para trás do que qualquer um de nós acha à partida. No guião do dramaturgo e argumentista Aaron Sorkin ("Uma Questão de Honra", "Os Homens do Presidente"), inspirado no controverso livro de Ben Mezrich, o Facebook é um mero arquétipo, usado para desmontar a singularidade da empresa - apresentada como uma mera extensão da necessidade de validação social que todos temos - e para revelar a sua universalidade - reproduzindo os lugares-comuns clássicos das lutas pelo poder desde tempos imemoriais.
Mark Zuckerberg (espantosa criação de Jesse Eisenberg) pode ser o mais jovem milionário do mundo, mas como disse (e bem) David Fincher ao "Le Monde", ser-se milionário aos dezanove anos não é pêra doce.
E é numa das melhores frases de um guião notável que se deve encontrar a chave de "A Rede Social": "todos os mitos de criação precisam de um demónio".
É por isso que não há computadores nem virtualidades naquele que é o menos virtual e mais real filme de Fincher até ao momento: este não é um filme sobre um site internet nem sobre o modo como ele mudou o mundo, é um filme sobre pessoas e sobre o modo como as relações virtuais não substituem as relações verdadeiras do mundo real. É também por isso que não vale a pena procurar aqui um qualquer relato fiel e fidedigno da "verdade" do Facebook (e, para que conste, ninguém se sai a rir deste retrato - nem Zuckerberg, nem o sócio fundador Eduardo Saverin, nem os gémeos Winklevoss que terão dado a ideia original a Zuckerberg, não há santos nem pecadores). Não era isso que interessava nem a Sorkin nem a Fincher.
A verdadeira rede social não está online, e é essa a chave do guião (que deve aliás bater um qualquer recorde de velocidade de débito de diálogos): por trás da internet estão apenas as mesmas velhas questões de sempre que fazem de nós quem somos.
Dirão que isso faz de "A Rede Social" menos um filme do que uma peça?
Ah, mas é aí que entra a mãozinha mágica de Fincher, que se limita a sustentar, com delicadeza e inteligência, a estrutura de Sorkin, mas que o faz sem cair na armadilha de filmar à velocidade da internet ou de dirigir uma peça filmada.
É mais difícil do que parece, e a mestria de Fincher é a de estar à altura do argumento que lhe coube filmar.
"A Rede Social" é um grande filme.
E é um grande filme sobre coisas muito mais universais do que o Facebook.
Por: Jorge Mourinha (PÚBLICO)

20/11/10

ITÁLIA - ÍNDIA - INDONÉSIA



Não posso considerar que seja preguiçosa.
Na realidade, não tenho muita paciência para ler um livro de 300 folhas, não tenho pachorra para esperar semanas ou meses para saber o fim da história, se é muito mais fácil e para mim interessante ver toda a história de um enorme livro, em 2 horas que estou sentada numa sala de cinema e ver o filme.
Diz-se que “uma imagem vale mais que mil palavras”, eu concordo.
Quanto não vale ver toda a história em imagens e ouvir as palavras dos actores…
É o caso do recente filme que vi, que já saiu em livro há algum tempo e agora tive o prazer de ver o filme, e com uma das minhas actrizes favoritas: Julia Roberts.
Além de não ser por preguiça, é mesmo falta de tempo.
Como se consegue tempo para cumprir o meu horário de trabalho, acrescido de 50 minutos para ir e outros 50 minutos para regressar em transportes públicos, (no mínimo, há dias que é 1h de percurso em cada sentido), o que perfaz 90 minutos, ou seja, perco mais de 1h 30m além das 8h que estou dentro do serviço, são quase 10h do meu dia passadas…mais 5h 30m para dormir, enfim, com as refeições e outras coisas inerentes ao dia a dia normal, e ainda ter tempo para me dedicar a 2 blogues, a uma página no Facebook, uma página de fotografias no FLICKR, responder a e-mails, ter tempo para fazer um curso de fotografia, enfim…o tempo não dá para tudo…

Sinceramente tenho dificuldades em ler livros que são, tantas vezes, substituídos por filmes e excelentes filmes.
Por esta razão, não li o famoso “Eat, Pray, Love” que em português se chama “Comer Orar Amar”. A obra escrita por Elisabeth Gilbert chega ao cinema com um currículo literário invejável: nos Estados Unidos, o livrinho esteve no “top” de vendas durante 150 semanas, ou seja, três anos.

Há diferentes resumos desta história: “uma mulher desiludida que parte em viagem pelo mundo” e “a história de uma mulher em busca de um sentido para a vida”.
O romance autobiográfico de Elizabeth Gilbert segue os passos da autora através essencialmente de três países, Itália, Índia e Indonésia.
A razão para tal périplo é a fuga: Gilbert queria afastar-se de um casamento falhado.
Os criadores do filme optaram por Julia Roberts para o papel principal, o que é um valor seguro: qualquer espectador deste mundo – seja homem ou mulher – gostaria de acompanhar Julia nesta viagem de um ano que na tela dura mais de duas horas.
No filme existem bons actores e dispõe de magníficos espaços naturais, além de sobressair o sorriso iluminado de Julia Roberts.
O excelente Javier Bardem desta vez interpreta um brasileiro a viver em Bali.
Foi bom recordar a minha vivência em Roma (Itália) e na Índia através das imagens do filme, só ainda não estive em Bali…

13/11/10

COMER, ORAR E AMAR - FILME



Comer Orar Amar
Título original: Eat Pray Love
De: Ryan Murphy - Argumento: Ryan Murphy, Jennifer Salt
Com: Julia Roberts, Javier Bardem
Género: Drama - Classificacao: M/12
EUA, 2010, Cores, 135 min.

Aos 30 anos, Liz Gilbert (Julia Roberts) tem tudo o que poderia desejar: uma relação estável, independência monetária e uma carreira de sucesso. Mas, um dia, sem que nada o previsse, tudo se desmorona numa arrasadora crise conjugal que culmina num divórcio que a arrasta para uma profunda depressão.
Decidida a não se deixar levar pela tristeza, Liz resolve fazer uma pausa de um ano e ingressar numa grande viagem. E é assim que, viajando até Itália, ela conhece o prazer da comida; na Índia compreende o poder da meditação e, finalmente, na Indonésia encontra o balanço perfeito e redescobre o amor.
E serão esses 12 meses, cheios de novas tonalidades, culturas e pessoas, que irão transformar a sua vida para sempre.

O filme, realizado por Ryan Murphy, é baseado no livro de Elizabeth Gilbert sobre a sua experiência pessoal que, para além de se ter tornado um êxito de vendas, se transformou numa espécie de roteiro de viagens para milhões de pessoas em todo o mundo.

"Comer Orar Amar" é isso mesmo:
um veículo feito por medida para admirar Júlia Roberts, o seu sorriso misterioso, a sua boca sensual, os seus olhos grandes e iluminados.
Só ela conta, em Roma ou em Bali, na Cochinchina ou em Noting Hill. É pouco? Talvez, mas chega para contentar os fãs de uma das raras estrelas de uma arte que já existiu para as fazer brilhar. Se gosta da Julia Roberts, não perca.
(crítica no jornal Público online)

Temos tendência a esquecer-nos que Roberts é uma actriz inteligente - e aqui, num papel de mulher vulnerável que se abre ao mundo e à aventura, temos mais uma prova disso, ao ceder não poucas vezes a "vedeta" aos actores e actrizes que com ela contracenam (o seu momento com Richard Jenkins num terraço indiano é notável).
E essa inteligência é bem explorada pelo realizador Ryan Murphy, criador das séries "Nip/Tuck" e "Glee", que sabe como valorizar a sua imagem e o seu talento ao mesmo tempo. Dito isto, não se espere de "Comer Orar Amar", estruturado alternadamente como um filme de viagem sumptuosamente fotografado por mestre Robert Richardson e uma "woman''s picture" sobre uma mulher à procura de si própria, um grande filme: Murphy perde-se numa sequência de episódios soltos que nem sempre encaixam de modo coeso, deslumbra-se pontualmente com o luxo asiático das paisagens e dos cenários, cai aqui e ali no lugar comum da "americana em viagem" (ai aqueles planos de comida italiana, ai aqueles pôr-do-sol orientais).
Mas vamos ser sinceros: "Comer Orar Amar" não quer ser mais do que um veículo à medida de Julia Roberts, e como cumpre plenamente os seus propósitos, não podemos acusá-lo de falta de ambição. Além do mais, a menina Julia andava a fazer mesmo muita faltinha. Por: Jorge Mourinha (PÚBLICO)

06/11/10

HOMEM SOLITÁRIO - FILME



Há muito que não faço nenhum post sobre CINEMA.
Vou dar início aos posts de cinema com este filme que vi, ainda em finais de Setembro - SOLITARY MAN - com Michael Douglas, Susan Sarandon, Danny de Vito, Mary Louise Parker, Imogen Poots, Jena Fischer, Jesse Eisenberg, Richard Schiff.

Lógico que o elenco é óptimo, quando se consegue juntar nomes de tamanha categoria num só filme.
O herói do filme é um solitário, duas vezes divorciado, a última esposa nem vemos, apenas a primeira que é feita com simpatia e discrição por SUSAN SARANDON.
Esta produção independente tem sido saudada com elogios por causa da interpretação eficiente e autobiográfica de Michael Douglas.
Ao mesmo tempo passa outro filme com ele - Wall Street 2.

No filme ficamos sabendo que ele, bem-sucedido vendedor de carros usados, faz exames médicos e suspeitam de algo errado.
Resultado: ele nunca mais volta a qualquer médico e não quer saber de doença ou cura, embora mais tarde vá parar ao hospital por outra razão.
O protagonista não pode ver uma saia que vai atrás.
Ele namora uma mulher (Parker) que pode ajudá-lo na carreira, mas não resiste quando acompanha a filha dela até uma faculdade de Boston onde havia estudado para ajudar a conseguir uma vaga por lá. Resultado: porta-se mal e toda sua vida desmorona, é rejeitado pela filha que não o deixa ver o neto, o genro o detesta, e vai ser empregado de um amigo (DeVito).
Dá a imagem de uma pessoa desagradável, egoísta, por vezes perverso, com quem francamente não gostaríamos de estar ou ser amigo.
É um grande elogio a Douglas ver que ele torna o personagem humano e até suportável.

Resumindo: Ben Kalmen (Michael Douglas) é um charmoso mulherengo que, devido a sua infidelidade no casamento e a falta de discrição em diversas situações, é abandonado pela família e recomeça sua vida do zero. Assim, ele conhece uma garota bem mais nova, filha de um magnata, por quem se apaixona...

01/11/10

FUNICULAR DE ZAGREB


Este é o Funicular que existe na cidade de Zagreb, que faz a ligação de 2 zonas da cidade, numa pista de apenas 66 metros de distância, com uma inclinação de 52%, o que o torna um dos mais íngremes funiculares do mundo.
É considerado o mais curto elevador de transporte público do mundo.
A guia Dalma que nos acompanhava, fez a visita da cidade de cima para baixo, de forma a que, não tivessemos necessidade de subir de funicular.
Na imagem de baixo vê-se algumas pessoas do nosso grupo, a começar a descida numa ladeira junto ao percurso do funicular. Eu vinha mais à frente e virei-me para fazer a foto deles.
São 2 carros que fazem essa ligação, neste momento o nº 1 está na parte superior, cada um transporta 28 passageiros (16 sentados e 12 lugares de pé).



O funicular foi construído em 1890 e está em funcionamento desde 23 de Abril de 1893. Inicialmente tinha os motores a vapor que foram substituídos por eléctrico, em 1934.