10/01/10

MARTHA MEDEIROS



QUE FRIO...
brrrrrrrrrrrrrrrrrr...acho que estão quase zero graus.
Envio este coelhinho para vos desejar uma óptima 2ª feira, com um pouquinho mais de sol, para nos aquecer a alma e o corpo.
Aproveito para vos dizer que "descobri" Martha Medeiros e adorei os seus textos.
Ela é uma jornalista e escritora brasileira. É colunista do jornal Zero Hora de Porto Alegre, e de O Globo, do Rio de Janeiro
Biografia Martha Medeiros
Martha Medeiros (1961) é gaúcha de Porto Alegre, onde reside desde que nasceu. Fez sua carreira profissional na área de Propaganda e Publicidade, tendo trabalhado como redatora e diretora de criação em vária agências daquela cidade. Em 1993, a literatura fez com que a autora, que nessa ocasião já tinha publicado três livros, deixasse de lado essa carreira e se mudasse para Santiago do Chile, onde ficou por oito meses apenas escrevendo poesia.
De volta ao Brasil, começou a colaborar com crônicas para o jornal Zero Hora, de Porto Alegre, onde até hoje mantém coluna no caderno ZH Donna, que circula aos domingos, e outra — às quartas-feiras — no Segundo Caderno. Escreve, também, uma coluna semanal para o sítio Almas Gêmeas e colabora com a revista Época. Seu primeiro livro, Strip-Tease (1985), Editora Brasiliense - São Paulo, foi o primeiro de seus trabalhos publicados. Seguiram-se Meia noite e um quarto (1987), Persona non grata (1991), De cara lavada (1995), Poesia Reunida (1998), Geração Bivolt (1995), Topless (1997) e Santiago do Chile (1996). Seu livro de crônicas Trem-Bala (1999), já na 9a. edição, foi adaptado com sucesso para o teatro, sob direção de Irene Brietzke. A autora é casada e tem duas filhas.
Hoje ofereço o 1º texto que escolhi para vós:
Sentir-se amado
O cara diz que te ama, então tá. Ele te ama.
Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado.
Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de milhas, um espaço enorme para a angústia instalar-se.
A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e verbalização, apesar de não sonharmos com outra coisa: se o cara beija, transa e diz que me ama, tenha a santa paciência, vou querer que ele faça pacto de sangue também? Pactos.
Acho que é isso.
Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar.
É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois. Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você, caso você esteja delirando.
"Não seja tão severa consigo mesma, relaxe um pouco. Vou te trazer um cálice de vinho".
Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d´água.
"Lembra que quando eu passei por isso você disse que eu estava dramatizando? Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. Vem aqui, tira este sapato." Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão.
Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro.
Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido.
Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo.
Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.
Agora sente-se e escute:
eu te amo não diz tudo.

10 comentários:

José Lopes disse...

Nem sempre a declaração diz tudo, mas o dia-a-dia acaba por ilustrar na perfeição os sentimentos.
Cumps

Vicktor Reis disse...

Querida Tulipa

Bonita partilha esta... Sublime exaltação do amor.

Beijinhos.

Filoxera disse...

Toda a razão.
Beijos.

ZeCarlosM disse...

Texto interessante.
A declaração é mais um esterotipo criado pelo cinema.
O amor será sempre a cumplicidade total e absoluta. Desde o simples olhar, passando pelas torridas noites de amor feito sexo, ou pelo simples afagar da face no leito de uma qualquer cama de hospital... até ao simples e melodioso Bom Dia!

Um grande 2010
Bjs

AnaMar (pseudónimo) disse...

Bela descoberta, excelente texto.
Que bela partilha.
Não diz tudo. Nenhuma palavra diz tudo, se não for validada pela acções.
Beijos

Ana disse...

Excelente texto , Tulipa!
Sentir-se amado é muito mais importante que ouvir palavras de "amor" .

Um beijo grande para ti.

Angel disse...

oi prima. que bela escolha. realmente ela tem razao, a palavra nao e o sentimento. por isso eu nao uso palavras, eu uso actos. e sei o k sinto. so eu sei. olha espero k te encontres bem. um beijo um pouco mais quentinho( depois do frio agora ate consegue estar 16 graus aqui). vai dando noticias

Mário Margaride disse...

Olá, Tulipa!

Depois de algum tempo ausente, aqui estou de novo neste cantinho maravilhoso! Por motivos de saúde, de onde sentia uma grande saudade...

Excelente texto, adorei!

Beijinhos

Mário

vieira calado disse...

Olá, amiga!
Desejo-lhe uma óptima jornada e o maior sucesso.
Tentei colocar o convite na banda lateral do meu blog, mas é inútil porque não se consegue ler, nem aumentar para ler.

Beijinho

Parapeito disse...

:))
Eu quando digo...Eu te amo....digo tudo...
Um abraço**