A história de um casal de meia-idade com um casamento feliz, que vai dando apoio aos problemas dos que lhes estão próximos. O drama é narrado em quatro actos - factos distintos que combinam com as estações do ano: na Primavera, a visita de uma amiga do casal que se encontra a passar por uma crise de meia-idade; no Verão, a chegada de um amigo de longa data, alcoólatra e esperançoso por uma oportunidade no amor; no Outono, o filho do casal apresenta a nova namorada, e talvez, futura esposa; no Inverno, o irmão do protagonista tenta superar uma depressão depois do falecimento da esposa.
Um Ano Mais
Título original: Another Year
De: Mike Leigh
Com: Jim Broadbent, Lesley Manville, Ruth Sheen, Peter Wight, Oliver Maltman, David Bradley
Género: Drama, Comédia
Classificação: M/12
Outros dados: GB, 2010, Cores, 130 min.
Tom (Jim Broadbent) e Gerri (Ruth Sheen) atingiram a maturidade do amor e da felicidade, vivendo uma existência simples e descomplexada - ou, pelo menos, assim parece. O mesmo, porém, não se pode dizer daqueles que os rodeiam: uma amiga (Lesley Manville) a passar por uma crise de meia-idade, um amigo (Peter Wight) alcoólico em busca de uma nova oportunidade no amor, o filho (Oliver Maltman) com a nova namorada, o irmão de Tom, Ronnie (David Bradley), em depressão após a morte da mulher. Ao sabor das estações do ano, eles vão oferecendo conforto a quem os procura, ao mesmo tempo que vão revelando um pouco mais sobre si próprios.
O novo filme do realizador inglês Mike Leigh ("Nu", "Segredos e Mentiras", "Vera Drake") estreou a concurso na Selecção Oficial de Cannes de 2010 e acaba de ser nomeado para o Óscar de Melhor Argumento Original.
Gostos não se discutem, lá diz o ditado...mas, fui ver este filme e não achei nada de especial; uma história banal, muito parada, quase deu para dormitar...sem acção!
(fotos da net)
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7 comentários:
O novo filme do realizador de "Nu", "Segredos e Mentiras" e "Vera Drake" é um instantâneo desencantado sobre a solidão pelos olhos de quem não a sente
Há uma tradição de grandes interpretações nos filmes do cineasta inglês Mike Leigh e "Um Ano Mais" não foge à regra. A David Thewlis ("Nu"), Brenda Blethyn ("Segredos e Mentiras"), Imelda Staunton ("Vera Drake") e Sally Hawkins ("Um Dia de Cada Vez") vem-se agora juntar Lesley Manville, no papel de uma secretária solitária que se refugia no álcool e nos sonhos impossíveis para combater a sua solidão. O que há de invulgar no caso de Manville é que, por uma vez, ela não é a personagem principal do filme.
"Um Ano Mais" é um filme de conjunto, e a Mary a que a actriz dá corpo e alma é apenas um dos "satélites" que orbitam à volta dos "heróis" aparentes:
Tom e Gerri, um casal londrino que parece ter a vida perfeita, ele engenheiro geólogo, ela assistente social. (Desenganem-se se acharem que os nomes, Tom e Gerri, são coincidência.)
Mas este casal feliz (que está longe de ser tão santo como o olhar superficial sugere) é mais o "fio condutor" do filme do que o centro deste olhar desencantado sobre a solidão.
São personagens que Leigh usa como "ponto de entrada" dos espectadores, "substitutos" dos espectadores que, tal como nós, assistem à litania de misérias e grandezas que os seus convidados trazem à sua casa confortável ao longo das quatro estações do ano. Espectadores investidos nas vidas dos outros: Mary, claro, mas também Ken, o velho amigo que parece estar a matar-se aos poucos, Joe, o filho que ainda não assentou, Ronnie, o irmão viúvo que não sabe o que fazer da vida. Espectadores investidos mas, atenção, sem voyeurismo, sem a condescendência altaneira ou o desprezo que muitos críticos teimaram em ver no filme.
A verdade é que todos conhecemos gente como a que faz parte deste filme - gente que se esforça por ser feliz e que dá graças pelas suas pequenas bênçãos, gente perdida que não consegue reunir a energia para reencontrar o caminho. Personagens que ficam desenhadas com meia dúzia de pinceladas magistrais e que transformam "Um Ano Mais" na mais recente manifestação do olhar cirúrgico, lúcido, que Leigh lança sobre a Inglaterra contemporânea, erradamente descrito muitas vezes como fazendo parte do "realismo social".
(crítica do jornal "Público")
Definição tecnicamente correcta mas que falha porque Leigh não está tanto interessado no "realismo social" por si próprio, mas antes em captar uma vibração emocional no trabalho dos actores que transponha a barreira entre o real e a ficção e evite a lógica fechada das narrativas tradicionais, excertos de um contínuo sem princípio nem fim.
Os riscos desse trabalho são constantes no cinema de Leigh, que alinha clássicos incontornáveis e obras menores numa sequência irregular, mas é reconfortante ver alguém que não se acomoda.
Basta ver como a própria estrutura "televisiva", episódica, da narrativa consegue uma densidade e uma gravidade que as exigências do pequeno écrã só raramente permitem (e que, na maior parte dos casos, só mesmo a ficção televisiva britânica está em condições de manter, mas nunca deste modo tão incisivo).
Paradoxalmente, "Um Ano Mais", exemplar do método Leigh no seu melhor, tem sido um dos seus trabalhos menos unânimes desde que estreou em Cannes 2010, com as opiniões a abrangerem o espectro da aclamação incondicional à recusa mais absoluta.
Mas já demos por nós a pensar que "Um Ano Mais" é tão incisivo e desencantado que talvez seja essa franqueza que incomoda quem vê. Para nós, é o melhor Leigh desde o magistral "Segredos e Mentiras" - e isto, num ciclo que incluiu "Topsy-Turvy" ou "Vera Drake", não é dizer pouco.
(crítico de cinema do Público)
Parece bom, vou dar um jeitinho de ver. Obrigada pela dica!!!
Beijos de passarinho!!!
Que pena estar cada vez mais afastado do cinema. A sugestão é interessante, o tempo e a saúde é que não me ajudam.
Cumps
Bom dia Tulipa
Tenho saudades de ir ver um bom filme. Tenho saudades de me sentar naqueles cadeirões e me deixar navegar na música do filme participando em cada acto que se desenha na nossa imaginação.
Ontem ao serão estivemos todos a ver a telenovela na TVI e foi um dos momentos altos do dia pela risos que nos arrancou e pelo carinho de nos sentirmos todos aconchegados com a fogueira cá em casa - o amor, o respeito e o carinho.
Quando quiser escrever pode fazê-lo para o e-mail. Use e abuse. Irei respondendo como puder.
Vou enviar-lhe ainda algumas histórias que pessoalmente gosto.
Viva a vida. Basta-me ser feliz agora. Amanhã será tempo de viver com o que puder, mas se aproveitar agora este momento certamente aliviarei a carga negativa que vou arrastando penosamente.
Beijinhos cá de casa.
A felicidade não existe. Nós construímos cada gesto e cada flor que se desenha no tempo que passa por nós.
Espero que viva com a janela aberta e se deixe molhar com as coisas boas e más de cada dia.
Se tu dizes que é banal e parado, vou passar ao lado...
Bom Domingo, minha querida amiga.
Beijos.
Desculpa não concordar contigo ! Eu gostei muito do filme ! Quanto a mim, julgo que aborda o problema da solidão e a forma como cada um lida com ela !
É, de facto, um filme lento, mas isso não lhe tira interesse ! De qualquer modo, obrigada por partilhares e acho que assim suscitas comentários que podem ser diversos!
Um beijinho para ti *
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