•1821 - É extinta a Inquisição em Portugal.
•1889 - A Torre Eiffel (na imagem) é inaugurada em Paris pelo seu arquiteto, Gustave Eiffel.
Nasceram neste dia…
•1596 - René Descartes, matemático e filósofo francês (m. 1650).
•1732 - Joseph Haydn, compositor austríaco (m. 1809).
•1914 - Octavio Paz, escritor mexicano (m. 1998).
DE TODAS ESTAS EFEMÉRIDES RESOLVI FAZER UM POST SOBRE OCTÁVIO PAZ - ESCRITOR MEXICANO; no seguimento da minha vivência no México, li sobre este escritor e gostei.
Partilho com todos vós:
OCTAVIO PAZ LOZANO (Cidade do México, 31 de Março de 1914 — Cidade do México, 19 de Abril de 1998) foi um poeta, ensaísta, tradutor e diplomata mexicano, notabilizado, principalmente, por seu trabalho prático e teórico no campo da poesia moderna ou de vanguarda.
Recebeu o NOBEL DA LITERATURA de 1990.
Escritor prolífico cuja obra abarcou vários gêneros, é considerado um dos maiores escritores do século XX e um dos grandes poetas hispânicos de todos os tempos.
Passou a infância nos Estados Unidos, acompanhando a família.
De volta ao seu país, estudou direito na Universidade Nacional Autônoma do México. Cursou também especialização em literatura.
Morou na Espanha, onde conviveu com diversos intelectuais.
Viveu também em Paris, no Japão e na Índia.
Em 1945, ingressou no serviço diplomático mexicano.
Quando morava em Paris, testemunhou e viveu o movimento surrealista, sofrendo grande influência de André Breton, de quem foi amigo. Em sua criação, experimentou a escrita automática, tendo praticado posteriormente uma poesia ainda vanguardista, porém mais concisa e objetiva, voltada a um uso mais preciso da função poética da linguagem.
Publicou mais de vinte livros de poesia e incontáveis ensaios de literatura, arte, cultura e política, desde Luna Silvestre, seu primeiro livro, de 1933.
O que é a solidão?
Por que ela tanto nos incomoda?
Por que tantas vezes nos sentimos tão sós em face ao mundo?
Talvez as seguintes palavras não tragam essas respostas, mas sejam, de certo modo, um trampolim para ajudar um pouco a compreender isso:
“A solidão, o sentir-se e saber-se só, desligado do mundo e alheio a si mesmo, separado de si, não é característica exclusiva do mexicano. Todos os homens, em algum momento da vida sentem-se sozinhos; e mais: todos os homens estão sós. Viver é nos separarmos do que fomos para nos adentrarmos no que vamos ser, futuro sempre estranho. A solidão é a profundeza última da condição humana. O homem é o único ser que sente só e o único que é busca de outro. Sua natureza – se é que podemos falar em natureza para nos referirmos ao homem, exatamente o ser que se inventou a si mesmo quando disse “não” à natureza – consiste num aspirar a se realizar em outro. O homem é nostalgia e busca de comunhão. Por isso, cada vez que sente a si mesmo, sente-se como carência do outro, como solidão”.
(palavras de Octavio Paz)
FRENTE AO MAR
1
Chove no mar.
Ao mar o que é do mar
e que as herdades sequem.
2
A onda não tem forma?
Num instante se esculpe,
no outro se desmorona
à que emerge, redonda.
Seu movimento é forma.
3
As ondas se retiram
- ancas, espáduas, nucas -
logo voltam as ondas
-peitos, bocas, espumas.
4
Morre de sede o mar.
Se retorce, sozinho,
em sua cama de rochas.
Morre de sede de ar.
(Trad. Haroldo de Campos)
As três fotos são de minha autoria e em todas elas, estão imagens alusivas a versos do poema.