11/12/08

MANUEL DE OLIVEIRA - 100 ANOS

Vi o filme de Manoel de Oliveira:
O Convento com John Malkovich e Catherine Deneuve.
Não é um mau filme, longe disso, diria que é um bom filme, muito longe de ser excelente, e nada que possa ser visto como uma obra de um "génio" do Cinema.
Mas, foi o 1º filme que vi de Manoel de Oliveira e escolhi-o precisamente porque foi filmado na "Serra da Arrábida" um lugar especial para mim.
Um dia, decorria o ano de 2004, passeando pela Arrábida vi que estavam equipas de filmagem e interroguei o que seria, fiquei a saber que faziam este filme e não descansei enquanto não o vi.

No filme de Oliveira, a frase que supostamente revela o humor do filme:
Quem neste convento entrar, não ouvir, não ver, não falar.

O grande trunfo do filme, é a utilização do belíssimo cenário da Arrábida e do seu convento. E a personagem de Deneuve: Heléne? Como compreendê-la? Será uma citação de Helena de Tróia que levou as cidades gregas à guerra? O pomo da discórdia? É uma personagem estranha que tenta o proprio demo, que se sente irremediavelmente atraído por ela? Heléne é de facto a personagem mais interessante deste filme, precisamente porque é a mais misteriosa. Coloca-me questões. Os outros são todos demasiados óbvios.

Em suma um bom filme. Foi filmado em finais de 1994, no Convento da Arrábida, inspirado numa ideia original de Agustina Bessa-Luís.

Manoel de Oliveira é um dos realizadores mais importantes, não só ao nível do país, mas mesmo internacionalmente. Não é qualquer realizador que é homenageado em festivais de cinema como o de Cannes e vários outros.
Neste filme, o professor Michael Padovic é um investigador norte-americano que está a trabalhar numa tese que se destina a provar que Shakespeare tinha ascendência espanhola e não britânica. Mas faltam-lhe alguns documentos essenciais, os quais julga estarem nos arquivos do antiquíssimo Convento da Arrábida, em Portugal.
Por esta razão, ele e a sua mulher, Hélène, viajam de Paris até à Arrábida, onde se instalam. O seu anfitrião é o guardião do convento, uma estranha personagem que dá pelo nome de Baltar.
Há qualquer coisa de misterioso em Hélène que cativa Baltar. Para distrair a atenção do marido, sugere-lhe que contrate como sua assistente, Piedade, a nova arquivista do convento.
Hélène descobre que o marido a rejeita em favor do trabalho e o facto de Piedade ser jovem e bonita aumenta ainda mais a tensão, servindo ao mesmo tempo os propósitos diabólicos de Baltar e a subtil manipulação de Hélène. A situação torna-se extremamente bizarra e culmina de forma inesperada.

PARABÉNS
MANOEL DE OLIVEIRA

19 comentários:

Casa Boémia disse...

Há uns meses atrás comentou um post k me era dedicado.
As suas palavras atenciosas, evidenciaram no entanto uma profunda tristeza.
Recordo-me de si com frequência desde então.
Sempre com o sorriso de kem acredita k a nuvem já passou.

Mas permita-me, o k o pudor me empedio de dizer na altura :
"O sofrimento só vai até onde nós o deixamos ir."

Esta convicção ajudou-me mais k qualquer anti-depressivo.

Parabéns pelo seu blog.

Paula Raposo disse...

Parabéns Manoel de Oliveira!! Beijos para ti.

Agulheta disse...

Manuel Oliveira,foi e sempre será um grande realizador,Catherine Deneuve,era das que ele gostava nos seus filmes,senão a sua mussa?.
Beijinho bfs

Filoxera disse...

Parabéns, pois!
E venham mais...
Beijos.

Fernando Santos (Chana) disse...

Olá, linda homenagem ao grande realizador Manuel de Oliveira...
Beijos

Unknown disse...

Oi, querida Tulipa. Sim, sigo o teu blogue, porque gosto. Quanto ao Manoel de Oliveira, confesso, que os filmes que vi os acho muito parados. Mas sou honesto e quero ser lúcido: se as pessoas com autoridade na matéria lhe dã valor é porque eu tenho de rever a minha posição, o meu olhar. É isso que vou fazer, minha querida. Quanto aos cobertores e veres a neve, quem não gosta? Beijarocos para ti.Eduardo

Viajante disse...

Olá Tulipa!
Ainda não tive oportunidade de ver "O Convento", mas se pudesse escolher, além do Aniki-Bobó, escolheria este e o "Padre António Vieira". Dois filmes que estão em carteira ;)
A figura de Helena, pois... É múltipla e fascinante a leitura que esta figura mítica nos oferece. Sempre inquietante, a mulher :)
Abraço e obrigado pela sua tulipa.

Zé Povinho disse...

Também não sou um entusiasta dos filmes de M. de Oliveira, mas concedo-lhe o crédito de ser o mais premiado dos realizadores portugueses, aclamado internacionalmente e sobretudo por ser um entusiasta da 7ª arte.
Parabéns portanto.
Bom fim-de-semana
Abraço do Zé

Fragmentos Betty Martins disse...

.querida________Tulipa










FESTAS FELIZES:)_______MUITA





.PAZ_____para o mundo

.SAÚDE______para todos nós

.MUITO AMOR_____no coração de cada "homem"


.UM GRANDE SORRISO_____no rosto de cada criança

.UM OLHAR PARA CADA IDOSO____e ver uma fonte de sabedoria_______...



._________e que se diga_____




"FESTAS FELIZES" TODOS OS DIAS:))





beijO______ternO

com amizade

Elvira Carvalho disse...

Parabéns ao Manoel de Oliveira.
Penso que só vi um filme dele o primeiro e talvez o mais famoso.
Aniki-bobó. Não me lembro de ter visto mais algum.
Um abraço e bom Domingo

Teófilo M. disse...

Já o disse, o que mais gosto é o Aniki-Bóbó, mas por questões puramente egoístas.

Passado no meu Porto, em caminhos por onde andei e brinquei às mesmas brincadeiras, as linhas dos comboios, o rio, o pé descalço, a canalhada, os amores infantis...

O Convento é já uma trilogia bem sucedida à partida, Deneuve, Malkovitch e a serra de Sintra, só por si já chegavam, depois ainda há o enredo, os diálogos e a arte de Manoel.

Que cocktail, hem...

Abraço grande do Porto.

OUTONO disse...

Assumidamente, não sou fã de Manoel de Oliveira.

Mas não posso deixar de dizer, o sentimento forte da sua única personalidade. Amado e respeitado ...mundo fora, é um paradigma de orgulho, que merece reflexão.

Foi preciso chegar aos cem anos, para ser condecorado...(direi) por ter cem anos...

Tomara, chegar aos cem anos, com a lucidez e força de espírito deste homem do cinema mundial.

Conheço-o e respeito-o.

Boa edição este teu post.

Beijinho.

Nothingandall disse...

Manoel de Oliveira nem por isso apreciado pelo grande público mas muito apreciado pelos especialistas... Desportista, grande cineasta ... como o tempo refina os gostos talvez seja tempo para olhar (contemplar) a filmografia dele. Para isso há uma colecção muito boa para oferta no Natal ...

gaivota disse...

parabéns ao manel de oliveira, mais jovem que nunca!
tenho mesmo que pensar em ver uns filmes que me andam a escapar...
e vou gostar deste!
beijinhos

tulipa disse...

Apenas um reparo no comentário do Amigo Teófilo:

SIM, o Convento é já uma trilogia bem sucedida à partida, Deneuve, Malkovitch, mas a serra é da Arrábida e não a serra de Sintra, só por si já chegavam, depois ainda há o enredo, os diálogos e a arte de Manoel.

Que belo cocktail, garanto-te.
Obrigado pelo abraço grande do Porto.

rosa dourada/ondina azul disse...

Obrigada pela sugestão, bem oportuna, agora que Manuel de Oliveira completou 100 anos e continua ao serviço do Cinema!

Beijinho,

tulipa disse...

Agora um recado à pessoa que se intitula xx:

Pois...
gostaria de saber quem é.
Porque será que existem ainda pessoas que se escondem atrás de anonimato?
Aqui, na blogosfera, ninguém faz mal a alguém, não se mata nem esfola, não se prende ou castiga.

Sobre o seu comentário:
As minhas palavras atenciosas, evidenciaram no entanto uma profunda tristeza. E é verdade.
Porquê camuflar o que me vai na alma? que ganho com isso?
Ao menos, desabafo.

Pois, permito-lhe que continue a deixar os seus comentários sempre que tiver vontade de o fazer, pudor porquê?
Se na altura teve pudor, agora disse o que pretendia e eu respondo-lhe:
Tem toda a razão, mas o sofrimento não deixa de existir; vai até onde tem que ir, tenho que fazer o luto do que me disseram ou fizeram, não fico insensível principlamente quando é injusto o que me fizeram.
Já os antigos diziam:quem não se sente não é filho de boa gente!!!

Muito obrigado pelos Parabéns ao meu blog.

Teófilo M. disse...

Ò tulipa tem muita razão, mas às vezes os mistérios fazem-me trocar as serras com as estradas, e a culpa não é do Oliveira, nem do Eça é só minha.

Xis misteriosos

jogos da memoria disse...

Tenho acompanhado o ciclo de filmes de Manuel no cinema da Universidade Federal de Santa catarina, Brasil. Maravilhoso, é o mínimo.