26/06/10

"FLOR DO DESERTO" mais um EXCELENTE FILME

A história real da modelo Waris Dirie, 38 anos, que fugiu dos desertos na Somália e se tornou uma modelo famosa no mundo inteiro é contada no filme Flor do Deserto, dirigido por Sherry Hormann e protagonizado pela atriz etíope Liya Kebede. A obra não é apenas mais uma história de Cinderela. Pelo contrário, trata-se da denúncia de uma prática pouco comentada e muito comum em países africanos: A mutilação genital feminina.
No auge de sua carreira como modelo, em 1997, Waris Dirie chocou o mundo revelando que quando tinha apenas três anos de idade ela mesma foi circuncidada de forma brutal e que ainda sofria com as consequências dessa mutilação. A modelo escreveu livros contando sua experiencia e tornou-se uma das principais defensoras da luta pela erradicação dessa prática.
Liya Kebede contou que em muitos países da África a mutilação ainda é muito comum. Em alguns países a prática foi proibida, mas infelizmente na África é uma questão cultural, ou seja, é difícil de fiscalizar, porque as pessoas não vão aos hospitais para circuncidar as crianças. Segundo ela, ainda há muito a ser feito para que isso acabe.
Poucas pessoas sabem que isso [ a mutilação genital feminina] acontece. Por isso o filme é importante, mas ainda há muito o que fazer. Podemos ajudar por meio de instituições sérias que lutam contra essa prática.
O filme mostra que as crianças são mutiladas em condições percárias, sem o mínimo de higiene e com o consentimento das famílias, que acreditam que mulher que “não é cortada não é pura”.
Ela diz que sobreviveu mas as suas 2 irmãs morreram devido à mutilação genital.
Actualmente, Waris é embaixadora da ONU contra a mutilação da genitália feminina e fundadora da Waris Dirie Foundation.
Flor do Deserto mostra ainda os bastidores do mundo da moda e como Waris se tornou uma top model depois de ser vista por um fotógrafo conceituado enquanto limpava o chão como empregada de mesa num fast-food.
Depois de descoberta de forma inusitada, Waris posou para o calendário Pirelli e desfilou nos maiores circuitos da moda como Paris e Nova York.
O filme retrata a história verídica da super-modelo Waris Dirie (Liya Kebede). Nascida na Somália em 1965, no seio de uma tribo de pastores nómadas foi, aos 13 anos de idade, vendida pela família para casar com um homem de 60. Nessa mesma altura foge e, percorrendo sozinha o deserto somali durante vários dias, chega a Mogadíscio onde uns parentes a acolhem e a enviam para Londres. Já em Inglaterra, foi empregada de mesa até ao dia em que foi descoberta pelo fotógrafo Terry Donaldson (Timothy Spall). A partir daí, a vida de Waris mudaria radicalmente, sendo transformada numa modelo internacional. E foi no auge da sua carreira que, ao revelar ao mundo que fora vítima de excisão feminina aos três anos, inicia uma luta contra esta tradição, tornando-se embaixadora da ONU. Realizado por Sherry Horman, é baseado na autobiografia de Waris Dirie que se tornou, em 1998, num best-seller em todo o mundo.

Baseado no livro "A Flor do Deserto" e em factos reais, estamos a falar de um assunto que nos dias que correm ainda, lamentavelmente, continua acontecer. A mutilação genital feminina. Trata-se da história de uma jovem que veio da Somália e por obra do destino chegou a Londres e conseguiu mudar a sua sorte. Para quem não leu o livro, vá ver. É o meu caso! Para quem o leu, vá também. E leve alguém consigo para que esta situação seja divulgada e condenada. Um bom filme sobre uma história verdadeira.

A história da ex-modelo somali Waris Dirie, mutilada aos 3 anos, virou livro, filme, rendeu-lhe o título de embaixadora das Nações Unidas e ainda resultou numa fundação. De Viena, onde vive com os filhos, Aleeke, 12, e Leon, 10 meses, ela conversou sobre sua luta. Eis aqui um excerto de parte da conversa:
Quando você decidiu que era hora de deixar as passarelas e criar a Fundação Waris Dirie?
Quando percebi que havia coisas importantes que precisava fazer na minha vida, como lutar contra a mutilação genital feminina. Estima-se que mais de 150 milhões de mulheres no mundo sofrem com essa tortura. Bebés recém-nascidos estão sendo submetidos à mutilação. A Fundação Waris Dirie (www.waris-dirie-foundation.com) organiza campanhas internacionais para conscientizar as pessoas. A mutilação genital feminina não pode ser encarada como uma tradição cultural ou religiosa, ela é um crime. A fundação também apoia as vítimas, realizando até cirurgias de reconstrução das partes mutiladas.
Como é possível acabar com a MGF em pequenos vilarejos ou lugares distantes e remotos na África?
Por meio da educação e de mudanças no sistema legal. Na África, as pessoas são levadas ao tribunal em países como Egipto, Quênia e Etiópia. As excisadoras (mulheres que realizam o corte) e pais de meninas que sofreram a mutilação são punidos.
Qual foi o seu envolvimento com a produção de Flor do Deserto?
Fui co-produtora do filme. Para mim, era muito importante que mostrasse a dimensão real do problema. Quando vi minha vida exposta assim, fiquei chocada num primeiro momento, mas logo percebi que era uma arma poderosa na luta contra a MGF
E, assim ocupei de forma muito positiva, uma parte da tarde de 6ª feira, indo ver este magnífico filme, onde me arrepiei não só com a história mas também com a excelente música escolhida para o filme, numa sala com apenas 6 pessoas, porque às 15h começava o jogo de futebol Portugal-Brasil.
Espero que consigam ver o vídeo que escolhi para vós:
http://www.youtube.com/watch?v=QVTbpU7RQVk

6 comentários:

Violeta disse...

Obrigada! está na lista.
bom fds

Rosa dos Ventos disse...

Uma verdadeira odisseia de uma heroína dos tempos modernos...

Abraço

Unknown disse...

Pior de tudo é a situação continuar a ser real e dos nossos dias.
Como será possível, perguntamos todos, mas a verdade é esta e os governos desses povos fingem não ver nem saber..........

Duarte disse...

Li a biografia dela... adorei.
Uma mulher que se fez a si mesma, que venceu obstáculos e enfrentou-se às adversidades que nos põe a vida. Só com uma pequena ajuda conseguiu ser o que hoje é, pois, como disse ao principio, teve que lutar, e muito, para lograr os seus fins, e muito!
Hoje é reconhecida em todo o mundo.

Abraços de boa amizade

Maré Viva disse...

MULHER de corpo inteiro, essa, ainda que lhe tenham cortado um pequeno pedaço.
São mulheres como ela que nos fazem sentir orgulho da nossa condição feminina.

Vou estar atenta e ver o filme.
Obrigada,
beijos.

Anónimo disse...

Eu nao vi esse filme .
mais so em saber que uma menina que nao tinha nada, conseguiu tudo, meda vontade dever.