06/06/10

TENHO DITO...

Cada vez mais uso os meus blogues como um registo do género “Momentos da minha vida” para mais tarde recordar; e, se é para recordar logicamente que farei uma filtragem daquilo que gostaria de recordar daqui a uns anos.
Mas, também tenho que deixar outros registos que não são tão agradáveis, mas que um dia no futuro irei recordar e avaliar qual era o meu parecer em 2010; será que vou mudar muito de opinião? Veremos…
Hoje no “Público online” li estas duas notícias entre muitas outras.
Conhecida pelos engarrafamentos de trânsito todas as manhãs, hoje o acesso de carro à Avenida Marginal foi cortado entre a Praia da Torre e Algés, numa extensão de quase dez quilómetros. No âmbito do evento Mexa-se na Marginal, uma iniciativa da Câmara de Oeiras e que todos os anos encerra a estrada nacional, cerca de 40 mil pessoas, segundo a autarquia, trocaram o carro pelos ténis, pela bicicleta ou até pelos patins e pelo skate.
Ouvindo a opinião de alguém: “Todos os domingos vimos andar de bicicleta para a Marginal. Mas é muito difícil andar no meio dos carros. Faz falta uma ciclovia e penso que deviam encerrar a Marginal todos os fins-de-semana”, disse José António, com 41 anos. Também Cristina, com 38 anos, gostava que iniciativas destas ocorressem mais vezes: “Porque não uma vez por trimestre?”, questionou.
A minha opinião é:
respeitando quem gosta e pode fazer essas actividades físicas concordo que uma vez por ano seja pouco, mas como alguém disse: “Porque não uma vez por trimestre?”. Tenho a dizer que a outra sugestão de encerrar a Marginal todos os fins de semana é de um egoísmo a toda a prova, pois há que respeitar quem não pode ou não sabe andar de bicicleta, bem como andar de patins e skate, mas que também tem o direito de ao fim de semana dar um passeio de carro pela Marginal.

Outro tema que li:
Em 2009, as marchas nacionais renderam cerca de 50 mil euros, mas este ano, face à retracção da economia, a organização apontou como tecto os 40 mil euros. O valor da inscrição na marcha é de cinco euros, o que permite dar uma refeição diária a uma criança durante quase um mês.
“Uma refeição custa 20 cêntimos e a inscrição custa cinco euros, o que dá 25 refeições”, afirmou Eduardo Queijo. As verbas angariadas em Portugal têm sido canalizadas para a Tanzânia, onde cada refeição dada funciona também como um incentivo de permanência das raparigas na escola. “Este dinheiro é direccionado para o programa de refeições escolares do PAM e permite que as crianças continuem a ter educação. Além de estarmos a alimentar, estamos a contribuir para que possam aprender”.
Ao fim de uma hora de marcha junto ao Tejo, em Belém, cerca de 2500 participantes da Marcha Contra a Fome cortaram a meta, um gesto simbólico para despertar consciências contra a fome no mundo.
Alguém disse: “Resolvemos vir marchar contra a fome, para ajudar e contribuímos cada um com um euro para ajudar as crianças em África e no mundo inteiro”, disse.
A Marcha Contra a Fome realiza-se desde 2003 e este ano decorre em 65 países, entre os quais o estreante Iraque, decorrendo ao longo de 24 horas, nos 24 fusos horários do globo.
Pagando uma inscrição no valor de cinco euros, cada participante contribui para a distribuição de 25 refeições escolares no âmbito do Programa de Refeições Escolares do Programa Alimentar das Nações Unidas, que ajuda crianças subnutridas nos países mais pobres do mundo.
Só pergunto: Porque razão alguns organizadores cá em Portugal nunca fazem nada em prol de quem passa fome "Cá dentro" e só se preocupam com outros países? Já agora podia usar-se o mesmo slogan que usam para as férias: Faça férias cá dentro! eu diria mais: Faça Caridade cá dentro!!!

6 comentários:

Rosa Carioca disse...

Ora bem. Não compreendo que se façam tantas campanhas para ajudar "lá fora". Será que "cá dentro" não há falta de comida, de escolas, de hospitais? Somos, então, uma nação riquíssima, que temos tudo, até o luxo de "esbanjar" para fora???

Maria disse...

Eu não faço caridade. Sou Solidária!
Não podemos comparar o nosso país com qualquer outro país onde há fome. Há países onde morrem crianças de fome! Aqui não. Aqui temos é dem Lutar contra uma política que nos leva a ficar cada vez mais pobres e meia dúzia a cada vez mais ricos.
Será que pensamos nisto quando fazemos (fazem) as viagens de férias?

Valéria Gomes disse...

Tudo ficaria bem mais fácil, se fosse feita uma reciclagem entre os nossos governantes e isto não é utopia, afinal somos a maioria.


Beijo grande!!!

José Lopes disse...

Ainda somos muito pouco solidários, e há poucos voluntários para as muitas necessidades de apoio a quem necessita. Não falo só da ajuda alimentar, que é absolutamente essencial, mas também no acompanhamento de jovens e de idosos que também é um campo onde ainda fazemos pouco.
Cumps

Fernando Santos (Chana) disse...

Olá Tulipa, gostei do texto...Espectacular....
Beijos

Maré Viva disse...

Os teus excelentes posts, oportunos como sempre!
Estou contigo e reforço a tua opinião.

Beijos, espero que tudo esteja melhor com o teu ânimo e a tua saúde.