31/05/08

Filme sobre o amor e a audácia de uma mulher

Ontem fui a Lisboa e há que tempos que desejava voltar ao King (sala 2) e assim fiz, fui finalmente ver: Irina Palm.
Já não ia ao King há uns 5 anos, é tal e qual, como sempre, um lugar calmo, muito sossegado, silêncio, éramos 3 mulheres na sala, apenas e só.
Todas iam sózinhas. A solidão prolifera por todos os recantos do planeta, cada vez mais.
Enfim, é o que há…não posso esperar mais!!! Há quem receba um convite de alguém, vá ao cinema e depois continuam o programa com interessantes conversas, passeios pela cidade, terminando numa qualquer esplanada ou bar com uma janela sobre o rio.
Eu adoraria que isso me acontecesse…mas, para quê sonhar?
A realidade é sempre a mesma. Se convido A diz não por isto, se convido B diz não por aquilo, a resposta é sempre Não…
Também gostaria de após o filme saber a opinião de outra pessoa que também o tenha visto e, andando sempre só, fico-me apenas pela minha própria opinião.

Bem, mas agora o que interessa é o filme. Filme grandioso pela forma como nos mostra os desafios da vida e como reagimos a eles em nome do amor por outro ser, encontrando nos mais estranhos comportamentos uma enorme dignidade.
Com uma carreira de 40 anos na música, Marianne Faithfull estreia-se num papel principal em "Irina Palm", um drama britânico do alemão Sam Garbarski, premiado na Berlinale do passado ano.
Maggie (Marianne Faithfull) é uma mulher ainda atormentada pela morte do marido, que se vê a braços com uma terrível tragédia: o seu neto, Ollie (Corey Burke) tem uma grave doença, e só uma viagem à Austrália o impedirá de ter uma morte certa.
Com o filho Tom (Kevin Bishop) e a nora Sarah (Siobhan Hewlett) junta à cama do filho no hospital, Maggie começa a procura de emprego. Apercebendo-se que será recusada em qualquer lado, decide entrar no Sexy World, uma sex-shop no Soho, para responder ao anúncio da necessidade de empregadas. Desfeito o equívoco que este nome comportava, esta avó londrina começa um estranho trabalho para uma mulher da sua idade: dentro de uma recôndita cabine, unida ao exterior por aquilo que se apelida de glory hole, masturba homens de forma incógnita, com vista a receber a quantidade de dinheiro suficiente que possibilite a viagem e internamento do neto naquele país da Oceania.
Cedo, Maggie transforma-se num caso de sucesso: adoptando o nome artístico de Irina Palm, saído da criatividade do dono da loja onde actua, o imigrante Miki (Miki Manojlovic), recebe o montante em falta, não contando que o seu filho descobrisse a estranha profissão que adoptou.
Dividida entre um amor recente por Miki, a necessidade de pagar a dívida, e a vida do neto, Maggie entra numa complicada encruzilhada.

Recebeu uma nomeação de Melhor Actriz nos European Film Awards de 2007.
A tímida Maggie tem um começo atribulado no “Sexy World”, que fica apenas à distância de uma viagem de comboio do seu subúrbio conservador. Luísa, a desembaraçada colega, ajuda-a nos primeiros tempos e as duas desenvolvem uma sincera amizade. O mafioso dono, Miki, rende-se à diligente Maggie, e transforma-a na muito requisitada e muito lucrativa Irina Palm que, por sua vez, prova a si mesma que afinal não é assim tão velha e inútil. A sua vida dupla atrai rapidamente as atenções das vizinhas coscuvilheiras que se metem na sua vida. A determinada mulher mantém-se discreta, escondendo a origem do dinheiro até do filho, que está desconfiado.A descoberta é inevitável e Maggie tem de enfrentar a pior face da hipocrisia provinciana ao mesmo tempo que se questiona. Sempre de cabeça erguida, a graciosa Maggie encontra muito mais do que o amor da família...
Realização:Sam Garbarski
Com: Marianne Faithful, Miki Manojlovic, Kevin Bishop, Siobhan Hewlett, Dorka Gryllus, Jenny Agutter
Site Oficial:
Irina Palm
Género: Drama
Distribuição: Atalanta Filmes
Classificação: M/12
Bélgica/Alem/Luxemb/R.Unido/França, 2006
103 min

26/05/08

Procure me amar...


Quando passa mais um mês
Apetece gaivotas a voar
Na areia rebolar…
E o ritmo da marrabenta
Apetece ir dançar com amigas
Envolver-me nas teias da Amizade
Apetece o cheiro da terra molhada
Pela chuva grossa e quente

Apetece brincar, saltar com os meus netos
Correr pelo areal e apanhar conchinhas
Como me pede a Catarina.
Apetece regressar às minhas origens
Naqueles tempos em que a Amizade
Era sincera e a inocência dos actos
E das palavras, me enchiam de Felicidade.

Apetece ir pelo mato fora
Quando fazia acampamentos
Ouvir grilos e tambores na noite de lua cheia
Repousar sob a tenda de campismo
Na aventura daqueles tempos
De África, minha terra.

Apetece ver aquele sol... laranja, fogo,
Sentir a brisa, sons de búzios e sorrisos.
Apetece o sorriso do André
Apetece os meus amigos
De antigamente.
Dizem-me: Tem Fé
E, eu continuo à espera
Mas…eles não aparecem!!!

Mais um mês que passa célere,
tenho tempo e disponibilidade
Mas as Amigas esquivam-se.
Fico com aquele sabor de amêndoa amarga
invadindo a minha alma.
Porque vou pressentindo
qual menina traquinas,
o destino me vai pregando partidas.

E, aqui estou eu
À espera…do quê?
De nada.

21/05/08

Tarte de mirtilos

O célebre autor chinês traz até nós, um caso amoroso e invulgar em que Norah Jones e Jude Law partilham o seu espaço limitado num café-bar sempre iluminado, unidos pela “tragédia” conjugal, tornam-se rapidamente amigos e confidentes ocupando as noites de histórias acerca das chaves perdidas que a personagem de Law guarda num frasco e do porquê ninguém comer as tartes de mirtilos que ficam imaculadas durante o fecho do estabelecimento.
Depois de algumas noites calmas que previam virar rotina, a personagem de Norah Jones decide mudar a sua vida cada vez mais dependente do dito café e sai de Nova Iorque e embarca numa viagem.
É a grande aposta de Wong Kar Wai e ganha em todos os sentidos.
Norah Jones é a revelação e um espanto quer de desempenho, quer da sua magnífica voz que integra a banda sonora deste filme muito bem interpretado.
Elizabeth é uma mulher desesperada que quer saber por onde anda o namorado. Acaba por descobrir um café onde o conhecem e dirige-se para lá. Ao saber que ele tem outra mulher a sua razão de viver é alterada. Começa a visitar esse café todas as noites para falar com Jeremy, o proprietário, e comer tarte de mirtilo, aquela que continua intacta no fim do dia. Ninguém lhe tocou…
Ao fim de algum tempo, para evitar passar pelo edifício do homem que a trocou, vai viajar pelo país na busca de um carro e uma nova identidade.
Chama a isso atravessar a rua pelo caminho mais longo.
Essa odisseia leva-a a conhecer novas pessoas e formas de encarar a vida que a farão ver o que realmente importa. A única ligação que mantém com o passado são as cartas que escreve a Jeremy.
"My Blueberry Nights" obra de Wong Kar-Wai" e, os seus primeiros e últimos minutos são deliciosos.
Wong Kar-Wai partiu para os Estados Unidos e fez o seu filme mais fácil, mais certinho, narrativamente linear e previsível.
Encanta-nos apenas pela forma como filma o primeiro e o último beijo, que coincidem com o começo e o fim do filme.
…mas aquele beijo com sabor a tarte de mirtilo é um pequeno milagre cinematográfico; a reinvenção dessa autêntica instituição da Sétima Arte, mal tratada nos últimos anos, que é o beijo.
Outro valor apreciável neste filme é a banda sonora (Norah Jones, Cat Power, Ry Cooder, Gustavo Santaolalla...)
O filme tem uma frescura inesperada.
Chega a ser inocente: a sensualidade que ele explora é a do retorno ao amor. Inteiro e intenso outra vez. Fácil. Agradável. Leve.

O que faz o dono de um charmoso café nova-iorquino quando a rapariga adormece, cabeça pousada no balcão e um pedaço de chantilly da tarte de mirtilos esquecido no lábio?


"Norah não falava outra língua senão o inglês e tinha que ficar nos EUA. Foi a única razão porque fizemos o filme nos EUA", garante, por detrás dos óculos escuros que nunca tira. Telefonou a Norah, marcou um encontro, e disse-lhe o que queria. E aqui talvez o melhor seja perceber como é que uma cantora americana, tímida, recebeu a inesperada proposta do realizador chinês num jantar em que, pensava ela, ele lhe iria falar de música:
"Olhou para mim e disse: "então, Norah, quer fazer um filme comigo?".
Eu não sabia o que dizer, não era isso que eu estava à espera".
Por isso, quando as filmagens começaram, ela estava uma pilha de nervos, e ele fazia perguntas sobre a forma como os americanos reagiam nesta ou naquela situação. Depois havia o cafezinho nova-iorquino, Jude Law, desencontros, casais que se separam, chaves abandonadas no café, esses rastos de pessoas que estão sempre a partir e a abandonar as que estão sempre a ficar.
Enfim, havia uma história de Hong Kar-Wai. E havia a América. Ele diz, como quem não dá importância ao assunto: "Em vez de filmarmos tudo em Nova Iorque, porque não arranjar uma desculpa para viajar e conhecer o país?". Por isso não conseguimos saber até que ponto o que ele tinha inicialmente na cabeça era ou não um "road movie". Ele diz que não. Seja onde for que Elizabeth [a personagem de Norah] esteja, o coração está sempre em Nova Iorque".
Mas é um filme sobre ir a sítios.
Ir a sítios na América é viajar muitos quilómetros - é o que faz Elizabeth, primeiro até Memphis, depois até Las Vegas. E viajar assim na paisagem americana é passar por sítios que eu também já passei, na minha viagem de férias à Califórnia, em Outubro de 2005.
Antes de começarem a filmar, deu a Norah Jones um livro de fotografias sobre "diners". Depois pô-la a trabalhar num em Memphis.
Há em Elizabeh um sonambulismo, uma atitude de quem observa a vida mais do que participa nela. Por isso, apesar de percorrer a América, são mais os outros que passam por ela. E os outros são personagens americanas - Arnie (David Strathairn), destruído pelo desgosto depois da mulher o ter deixado; Sue Lynne (Rachel Weisz), a mulher que o deixou, fatal a entrar no bar onde Elizabeth trabalha, para uma última, derradeira, discussão com Arnie, o polícia; Leslie (Natalie Portman), viciada em poker, a viver no risco. O tempo parado, para Jeremy (Jude Law), que espera pelo regresso dela, enquanto revê a velha cassete de uma câmara de vigilância.
Gostei do filme.

18/05/08

Até que...depois

Apagar-me
diluir-me
desmanchar-me
até que depois
de mim
de nós
de tudo
não reste mais
que o charme.

Uma pálpebra,
Mais uma, mais outras,
Enfim, dezenas
De pálpebras sobre pálpebras
Tentando fazer
Das minhas trevas
Alguma coisa a mais
Que lágrimas

15/05/08

Fé...Esperança...Coragem...

14-Maio-2008: Foi um dia em que tive conhecimento de 2 situações embaraçosas e preocupantes, com a saúde de pessoas que me deram uma «lição de vida» e, hoje, passados alguns meses podem dizer: Venci.
É preciso muita força, determinação, teimosia, persistência, coragem, Fé e Esperança...
Na doença, somos todos iguais, ninguém é mais do que ninguém, a todos chegam as dores, o desespero...
Depois de ter escrito sobre «Amizade» e «Carinho» li no MSN Notícias o seguinte:


“Queremos ver a vida das pessoas a mudar realmente”, confessa a dona do restaurante “Il Panzonne”.
A pizzaria lisboeta “Il Panzonne” oferece, todos os dias, refeições aos mais carenciados, local onde algumas pessoas já se habituaram a ir pedir comida, através do “passa a palavra”. Mas o restaurante não é o único sítio onde as refeições são oferecidas, cerca de 30 pizzas são também diariamente distribuídas aos sem-abrigo em várias zonas de Lisboa, por carrinhas de voluntários da Nóuni – uma associação para a Cooperação e Desenvolvimento que surgiu há dez anos com o objectivo inicial de “ajudar os filhos dos emigrantes PALOP em Portugal”, referiu à Lusa o vice-presidente da associação, Carlos Carvalho.
Pizzas e outras refeições saem diariamente da cozinha desta pizzaria, situada no centro comercial Via Veneto, em Lisboa, para alimentar pessoas carenciadas e sem-abrigo, uma situação que surgiu da colaboração do restaurante com a Nóuni.
Uma parceria que surgiu quando o presidente da Nóuni, Agostinho Amado Rodrigues, conheceu o casal Craveira, proprietário do restaurante, há três anos. “Nós não damos só pizzas. Cozinhamos qualquer prato, eles não podem comer sempre a mesma coisa”, disse Cândida Craveira à Lusa, que actualmente já integra o corpo de voluntários da Nóuni que distribui as pizzas por locais como Santa Apolónia, Praça do Comércio, Cais do Sodré, Rossio, Santos ou Anjos.
“Queremos ver a vida das pessoas a mudar realmente”, disse a dona do restaurante, que prefere “dar mil euros para um jantar para sem-abrigo”, como na consoada de Natal organizado em conjunto com a Nóuni, “em vez de dar uma viagem de finalistas” à sua filha. Esta atitude provém da sua infância: “quando tinha onze anos, o meu pai emigrou para os Estados Unidos e ajudou 85 famílias portuguesas a instalarem-se lá. Eu, muito nova, fazia de tradutora, procurava casas para eles, médicos, tudo”.
“O que dás, volta para ti”, é o mote de Cândida Craveira.

Para ti, que lês este artigo, responde:
Farias o mesmo se tivesses um restaurante teu?

13/05/08

O Carinho não precisa de legendas... nem palavras!!!

Depois de ter feito uma homenagem à Amizade que recebo virtualmente, nada melhor do que estas imagens, para lembrar aos Homens que deviam aprender muito e sempre com os animais.





11/05/08

Amizade


É sempre bom quando na rua nos cruzamos com os amigos, e, um abraço ou um beijo serve de união e símbolo dessa amizade.
Aqui não é diferente.
Essa união e esse símbolo podem ser dados em palavras e uma imagem.
Deixo aqui uma imagem para levarem, como símbolo desta união e amizade.
Fiquem com o cheiro e o sabor destas palavras que vos dedico.…
somos os culpados por esta nossa amizade.
Estas são as palavras do Amigo que me dá a sua Amizade todos os dias, um pouquinho da sua atenção, uma lembrança, um sinal, uma palavra...
Muito obrigado Amigo!
As tuas mãos uniram-se às minhas e uma bela amizade surgiu... se bem que virtual...quem sabe, um dia, será mesmo real.
O Grito do Poeta
Vou guardar-te bem juntinho do meu coração, para sempre.
Obrigado POETA.
Nós somos os culpados!!!

09/05/08

CINEMA: Comédia/Drama/Romance

Ora pois, estou a tentar pôr em dia as minhas idas ao cinema, e nada melhor do que começar com este filme que traz de volta uma das minhas actrizes preferidas: Juliette Binoche.

O Amor e a Vida Real
De Peter Hedges - realizador de "Pieces of April" e co-argumentista de "Era uma vez um Rapaz" - chega-nos uma divertida e inteligente comédia sobre um homem que parece ter sempre um conselho para dar aos outros, mas nem por isso consegue resolver os seus problemas.
Esse homem é Dan Burns (Steve Carrell), um colunista e especialista em aconselhamento familiar, cujos conselhos - baseados basicamente em lugares comuns - são admirados por todos os seus leitores.
O que estes não sabem é que na vida real, Dan também tem muitos problemas para resolver e, ao contrário do que gostaria, muito pouco controle sobre o seu destino.
Desde que enviuvou, há quatro anos, ele ficou com a difícil missão de educar sozinho as suas três filhas precoces. Com medo de todos os perigos que as rodeiam, ele tenta impor-lhes regras extremamente rígidas, tornando-se hiper-protector.
No entanto, a vida não demorará a ensinar-lhe que há muitas coisas que escapam ao nosso controle.
Sem qualquer disponibilidade para ter uma vida amorosa, Dan é surpreendido pela paixão, quando, num encontro casual, conhece Marie (Juliette Binoche).
Ela parece ser tudo aquilo de que Dan precisa.
Apesar de saber que esta tem um namorado, Dan tenta conseguir o seu número de telefone e fica "nas nuvens". Mas, para seu horror, quando chega a casa dos seus pais (John Mahoney e Dianne Wiest), descobre que o namorado de Marie é o seu irmão Mitch (Dane Cook) e que terá que passar todo o fim de semana com os pombinhos.
Como adora o seu irmão - que ainda por cima parece estar decidido a assentar de vez - ele terá de fazer de tudo para reprimir o seus sentimentos. Aliás, mais do que isso, sente-se obrigado a tentar exterminá-los.
O divertimento está assegurado com as desventuras de alguém que está a dar em doido (de forma silenciosa), furioso porque o universo parece querer brincar com ele.
O tom desta história pode parecer demasiado telenovelesco, mas "Dan in real life foi extremamente saudado pela crítica, pela genuinidade e humanidade que revela.
Parte dos louros cabem a Steve Carrell ("Virgem aos 40 Anos", "Evan, O Todo Poderoso"), que surpreende num desempenho inspirado; e a Juliette Binoche.
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Ficha Técnica:
Título: «O Amor e a Vida Real»

Realização: Peter Hedges
Elenco: Steve Carell, Juliette Binoche, Dane Cook, Alison Pill, Dianne Wiest, John Mahoney e Amy Ryan
Género: Comédia/Drama/Romance
País: EUA
Ano: 2007
Duração: 98 min.

Há uma cena espectacular em que os dois estão sózinhos a jogar «bowling» e a senhora percebe que o amor anda no ar e apaga quase as luzes todas e põe uma música romântica e eles abraçam-se e depois continuam a jogar à média luz...


06/05/08

Jardins da alma

Hoje recebi uma prenda

Não era um ramo de flores
Era um jardim pleno de sabores
Feito de espaços e abraços
De cores e de calores
De vermelhos como os amores....
e deixo-me passear pelo teu jardim secreto
semeio as palavras
sem ordem nem rimas
ensaio um sorriso na tua ausência
construo mais uma arvore sintáctica
lavro mais dois campos semânticos
volto ao centro de mim
sonho-te em estrofes parabólicas...
e dispo as palavras de sílabas
como desfolhando pétala a pétala
até à branca nudez que adivinhas,
tu, puro,
da minha alma.

imagem:
...como desfolhando pétala a pétala...